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Mundo Alberto Fernández assume presidência da Argentina na próxima terça

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Alberto Fernández posou no sábado com todo o seu gabinete.

Foto: Reprodução/Twitter
Alberto Fernández posou no sábado com todo o seu gabinete. (Foto: Reprodução/Twitter)

O próximo presidente da Argentina, Alberto Fernández, toma posse na terça-feira (10). Ele receberá de Mauricio Macri um país com uma série de problemas econômicos, financeiros e sociais, e terá de enfrentar o desafio de manter a unidade de sua força política, o amplo e diverso peronismo, e de mostrar que quem governará será ele – e não a sua vice, a ex-presidente e senadora Cristina Kirchner.

Neste domingo (8), o presidente Mauricio Macri e o presidente eleito Alberto Fernández assistem a uma missa pela “unidade e paz”, convocada pela Igreja Católica na Basílica de Luján, por ocasião do Dia da Imaculada Conceição da Virgem Maria.

Definido como “político de diálogo”, Alberto Fernández deverá encarar também as adversidades políticas com o presidente Jair Bolsonaro.

O Brasil é o maior parceiro comercial da Argentina, que é, por sua vez, o principal destino das exportações industriais brasileiras. Bolsonaro deverá ser o primeiro chefe de Estado do Brasil, em 17 anos, a não participar da posse de um presidente argentino.

A expectativa é que o representante do governo brasileiro na cerimônia seja o ministro da Cidadania, Osmar Terra.

Ex-chefe de Gabinete (equivalente a Casa Civil) dos ex-presidentes Nestor Kirchner, que morreu em 2010, e de Cristina Kirchner, Alberto Fernández é professor de Direito e pretende realizar um acordo nacional com diferentes setores, como políticos, empresários, sindicatos e movimentos sociais, para tirar a Argentina da crise.

Economia

A Argentina está em recessão. De acordo com a estimativa do FMI (Fundo Monetário Internacional), seu PIB (Produto Interno Bruto) deverá cair 3,1% neste ano e 1,3% em 2020.

Depois de bater quase 55% em agosto, a inflação oficial cedeu nos últimos meses, mas segue em nível extremamente elevado, de 50,5% nos 12 meses até outubro.

É a segunda mais alta da América do Sul, atrás apenas da Venezuela, que experimenta hiperinflação e uma grave crise. O desemprego é de 10%, a pobreza atinge 40,8% da população de pouco mais de 40 milhões de habitantes, de acordo com o Observatório da Dívida Social da UCA (Universidade Católica Argentina), que costuma antecipar os dados oficiais.

Além disso, a Argentina possui dívida a ser paga ao FMI e aos que investiram nos títulos do país – e ainda não está claro como fará para pagar. Na semana passada, em um discurso para empresários, Alberto Fernández disse que “pagará a dívida” e “sem descontos”, mas quando o país voltar a crescer.

A economista Marina Dal Poggetto, da consultoria econômica Ecogo, de Buenos Aires, disse que o governo Fernández terá de administrar cinco tópicos ao mesmo tempo: o dólar, a inflação, o valor das aposentadorias e pensões, o preço das tarifas dos serviços públicos e a taxa de juros, que estão em níveis recorde.

“Estes cinco pontos dependerão de consistência política e econômica”, afirma.

Para ela, a delicada situação social dificulta um ajuste fiscal.

“As aposentadorias não podem ter perdas, as tarifas não podem subir de maneira que afetem o consumidor, mas também não podem ser baixas para não aumentarem o rombo fiscal.”

“O que precisamos é de um programa de estabilização da economia como o que o Brasil já fez, com o Plano Real, e a Argentina ainda não”, avalia a economista.

Em sua visão, o acordo de preços e salários que Fernández estaria tentando costurar entre entidades empresariais e sindicatos seria necessário, mas não suficiente.

No governo Macri, o FMI concedeu um empréstimo recorde para um país, um total de US$ 57 bilhões. Fernández disse que não quer os US$ 11 bilhões que o organismo ainda enviaria à Argentina, mas economistas se perguntam como o país fará sem o restante do financiamento.

Peronismo

A maior força política do país, o peronismo tem mais de setenta anos e adeptos de várias linhas ideológicas, entre ex-presidentes, governadores, prefeitos, sindicalistas e setores dos movimentos sociais.

A união do movimento – que vivia uma fase de desarticulação desde o fim do governo Cristina – foi apontada como fundamental para a eleição de Fernández, como disseram à BBC os analistas políticos Ricardo Rouvier, da consultoria Rouvier e Associados, e Enrique Zuleta Puceiro, comentarista da América TV.

“O principal desafio de Alberto Fernandez será desenvolver um governo de coalizão. Uma coisa é fazer coalizão para ganhar a eleição e outra é governar. O rumo do governo tem que estar muito claro, o que ainda não vemos, para que a coalizão funcione”, disse Zuleta.

Estudioso do peronismo, Rouvier, por sua vez, acha que, diante da situação do país, o peronismo continuará unido, mas não se sabe por quanto tempo.

“Vai depender da economia e principalmente da área social. Se a economia for bem, a liderança de Alberto Fernandez e, obviamente, de Cristina Kirchner será fortalecida. Haverá uma trégua que não sabemos quanto vai durar. Talvez um ano, talvez até a eleição legislativa de 2021”, afirma.

Cristina Kirchner

Figura central da política argentina, a ex-presidente, que governou o país entre 2007 e 2015 e é viúva do seu antecessor na Casa Rosada, o ex-presidente Néstor Kirchner, foi quem teve a ideia de que Fernández fosse candidato à sucessão de Macri.

Se em maio ela causou surpresa ao abrir mão de disputar o cargo, hoje enfrenta o ceticismo de críticos do kirchnerismo e setores da sociedade que não acreditam que ela aceitará o papel de coadjuvante.

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https://www.osul.com.br/alberto-fernandez-assume-presidencia-da-argentina-na-proxima-terca/ Alberto Fernández assume presidência da Argentina na próxima terça 2019-12-08
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