Sexta-feira, 03 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2017
Empossado presidente nacional do PSDB, governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin fez um discurso voltado às eleições de 2018. Nele, o tucano indicou ao partido que o adversário nas urnas precisa ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que a relação com o governo Michel Temer não deve ser pautada pelo confronto.
“O Brasil vive uma ressaca. Descobriu que a ilha da fantasia petista nunca foi a terra prometida. A ilusão petista acabou em pesadelo na maior crise econômica e ética da história do nosso país. Agora é hora de olhar frente com união e esperança renovadas. Brasileiros estão vacinados contra o modelo Lula de dividir para confundir.”
Na maior parte do discurso, o tucano dedicou a atacar o PT e Lula. Ele classificou o atual momento político e econômico como “ressaca” e defendeu que o PSDB teria condições de devolver o País ao crescimento e à moralidade pública.
“Que se registre aqui os esforços do atual governo que, pouco a pouco, começa a reversão da tragédia econômica. As urnas o condenarão (Lula) por jogar brasileiros contra brasileiros para, no final, atirar pela janela a autoestima de todos nós. As urnas condenarão Lula por ter sido o grande responsável por uma década perdida”, afirmou o tucano.
No posto de árbitro do relacionamento do PSDB com o PMDB de Temer, Alckmin garantiu ao peemedebista apoio necessário para a votação das reformas no Congresso, como a da Previdência. O partido, entretanto, está rachado quanto ao apoio do projeto governista.
“O PSDB reitera sua disposição no âmbito do Congresso para aprovação de reformas necessárias ao nosso país. Temos compromisso e coerência com nossa história.”
Apesar de ainda não ter sido proclamado o candidato do PSDB ao Planalto — o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, disputa também a vaga de presidenciável —, Alckmin foi anunciado na convenção como “futuro presidente do Brasil”. Ele encerrou nesta tarde os discursos na reunião tucana.
Alckmin, entretanto, fez questão de dirigir a Virgílio as primeiras palavras do seu pronunciamento. “Quero dizer aqui da legitimidade da sua pré-candidatura. É uma honra para o partido”, disse.
Em seguida, num sinal de força, o tucano enumerou partidos que passaram pela convenção, como PPS, PTB, PSB, entre outros.
Sobre as dificuldades do PSDB, ele tentou injetar ânimo na militância e, em aceno a seu eleitorado, prometeu um partido unido na próxima eleição para romper com a polarização que se anuncia entre Lula e o deputado Jair Bolsonaro. Alckmin usou uma metáfora carnavalesca para anunciar novos tempos tucanos.
“O PSDB é como uma grande escola de samba minutos antes do desfile. Há uma aparente desorganização e desencontro. Parece que ninguém se entende. Mas quando soa o apito, todos evoluem de forma organizada e entusiasmada. Aguardem o que vai acontecer conosco no ano que vem. Tocado o apito e iniciado o processo eleitoral, o Brasil vai presenciar nosso melhor desempenho. Dá-lhe, tucanos.”
Em entrevista após assumir o comando nacional do PSDB, Alckmin disse que seria um bom “tira-teima” enfrentar Lula na corrida pelo Palácio do Planalto em 2018. Alckmin foi derrotado pelo petista em 2006. “Seria um bom tira-teima”, resumiu o tucano sobre essa possibilidade.
Questionado se o fato de suceder o senador Aécio Neves no comando da legenda não lhe causa constrangimento, respondeu com elogios ao mineiro. “Aécio foi governador de Minas Gerais, eleito e reeleito, foi presidente do partido, tem uma história de serviços prestados. Há que ser reconhecido o trabalho que fez em Minas Gerais e no partido”, afirmou, ressaltando que o senador responderá às acusações na Justiça.