Quarta-feira, 02 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 21 de julho de 2024
Para além da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se aconselhado com outros interlocutores. A socióloga gosta de discutir com Lula assuntos que vão da política à economia, como ele mesmo contou. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, se aproximou muito de Lula nos últimos tempos. Considerado mal-educado e até rude por vários colegas, Rui Costa tem vencido quedas de braço dentro do governo e tenta fazer um contraponto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Os dois são pré-candidatos à cadeira do presidente, em 2030, e reeditam a velha disputa entre a Fazenda e a Casa Civil, como a que marcou o primeiro mandato de Lula, com o duelo protagonizado por Antônio Palocci e José Dirceu.
Embora muitas vezes pareça jogar bola nas costas de Haddad, o presidente Lula tem grande apreço pelo ministro. Em 2022, foi aquele ex-prefeito de São Paulo quem levou a ele a inimaginável ideia de convidar o antigo adversário Geraldo Alckmin para vice da chapa. Deu certo. A portas fechadas, Lula pediu a dirigentes do PT que parassem de atacar o chefe da equipe econômica e concentrassem as críticas no presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Quando o assunto é eleição em São Paulo, aliás, os nomes mais consultados por Lula estão fora do governo: trata-se de Rui Falcão, integrante da coordenação política da campanha de Guilherme Boulos (PSOL) à sucessão paulistana, e do prefeito de Araraquara, Edinho Silva, cotado para assumir a presidência do PT, em 2025.
No cenário de hoje, Haddad ainda é o preferido pelo presidente para disputar o Planalto, em 2030, pesar da resistência de uma ala do PT. Quem conhece bem o presidente, no entanto, afirma que o seu estilo é o de manter o controle do jogo até o fim. Com isso, muitas vezes ele dá sinais trocados para testar auxiliares.
Do início do ano para cá, o presidente Lula tem feito acenos frequentes na direção de Rui Costa, desafeto de Fernando Haddad.
“Fogo amigo”
O presidente deixa o “fogo amigo” atingir altas temperaturas e demora para tomar decisões. No início deste mês, para ira do grupo do ministro Fernando Haddad, Lula disse que o trabalho de Costa o fazia “dormir tranquilo” toda noite.
Articulador do governo, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, não fala sobre o assunto, sob o argumento de que o Palácio do Planalto não vai se intrometer. O seleto grupo dos ministros ouvidos pelo presidente inclui, ainda, Luiz Marinho (Trabalho) e Ricardo Lewandowski (Justiça). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.