Por Redação O Sul | 1 de junho de 2017
Parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, liderados pelo deputado Fausto Pinato (PP-SP), encaminharam ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin ofício solicitando da autoridade explicações sobre o fato de ter tido alguma ligação com a JBS e o executivo da Ricardo Saud enquanto se candidatava a uma vaga na Corte. Fachin é relator da Lava-Jato e Saud fez delação premiada dentro do processo.
O colunista de O Globo Jorge Bastos Moreno publicou nota em que o próprio ministro Fachin admite em conversas que, de fato, teve “ajuda do pessoal da JBS” para pedir votos a parlamentares. Ele acrescenta que, na época, não imaginava que as relações do grupo com o Congresso fossem promíscuas. Se soubesse, não teria aceitado a ajuda. A principal pergunta é quando e onde ele conheceu Saud.
A lista de 15 parlamentares que assinam o documento inclui o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), da tropa de choque do presidente Michel Temer na Câmara, ao lado do deputado Carlos Marun (PMDB-MS). No ofício, os parlamentares citam notícias de que Fachin teria circulado pelo Congresso para pedir apoio à sua candidatura ao lado de Ricardo Saud e alertam para a “gravidade do fato”.
Em seguida, fazem cinco perguntas a Fachin: 1) em que condições esses pedidos foram feitos? 2) se o ministro tinha, à época em que buscou o apoio dos senadores, conhecimento das “práticas criminosas da JBS e seis diretores”; 3) se o fato de estar junto ao senhor Saud podem implicar, de alguma maneira, em desabono de sua conduta como ministro da Corte; 4) qual a razão da escolha de Saud para tal missão (de acompanhá-lo); e 5) quando e onde Fachi conheceu Saud e quantas vezes esteve com ele no Congresso ou fora dele.
Fachin é relator do caso do presidente Michel Temer, que foi gravado pelo empresário da JBS, Joesley Batista, que fez delação premiada.
