Domingo, 15 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 4 de março de 2021
Alimentação saudável. Quantas vezes você já ouviu ou leu a respeito desse tema nos últimos tempos? Certamente, você já foi impactado dezenas ou até centenas de vezes pelo termo “alimentação saudável”. E com certeza, na maioria das vezes que você ouviu ou leu sobre o assunto, ele estava relacionado ao emagrecimento ou a estética. O que não deixa de ser verdade. O problema é que relacionar alimentação saudável somente ao fator estético, limita o poder de influência positiva que a mensagem traz para melhorar a qualidade de vida de uma forma geral na nossa sociedade.
Manter o peso corporal saudável é sempre bom, pois ajuda no desenvolvimento físico e na autoestima, mas alimentar-se de forma adequada tem o poder de mudar a sua vida por completo já que o que comemos influencia diretamente na nossa saúde e, consequentemente, na nossa longevidade. Ou seja, trazer benefícios para a nossa vida por meio da alimentação é mais simples e custa muito menos, do que imaginamos.
Comida de verdade
Para a especialista em nutrição clínica esportiva e funcional Pollyana Guimarães, alimentação saudável também vai além do que é dito nos anúncios de produtos e promessas de corpos perfeitos espalhados por aí. Para ela, o ato de comer bem precisa ser absorvido e entendido pelas pessoas, a começar pelo que é e quanto custa uma alimentação saudável. “Ao contrário do que parece, alimentação saudável é barata e acessível. Coisas que a gente compra no sacolão. A base é muito simples: é o arroz, o feijão, o chuchu, o quiabo, a couve, enfim, comida de verdade, que você pega, pica, tempera e prepara”.
De acordo com a especialista, outro fator que dificulta o entendimento do que é comer bem é a praticidade e o acesso fácil aos produtos industrializados, o que, segundo ela, fez com que a grande maioria da população desenvolvesse o hábito de consumidor alimentos processados ou semiprocessados. “É preciso pensar a alimentação saudável como um todo e não apenas para o emagrecimento. Uma alimentação melhor traz benefícios para o seu sono, para a sua disposição, previne doenças crônicas e infecciosas, enfim, uma série de fatores englobados que envolvem e a saúde”.
“Medicalização” da alimentação
O outro especialista, o Dr. Paulo Miranda, que é médico endocrinologista e vice-presidente da Associação Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, também concorda com a sua colega no que diz respeito a definição de alimentação saudável. “Devemos guardar e levar o termo “comida de verdade” para as nossas vidas. É o que a natureza nos oferece e o que preparamos em casa”, diz.
Em contrapartida, o especialista também chama atenção para o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e as consequências que esse hábito pode trazer. “O consumo de comida extremamente modificada, que a gente chama de hiperpalatável, interfere na nossa capacidade de sentir sabor e, com o passar do tempo, altera também a nossa percepção de saciedade”, explica.
Para o médico, outro ponto negativo que se deve observar e o que ele mesmo define como “medicalização” da alimentação. “Para ter uma alimentação saudável não é preciso utilizar milhares de suplementos, sejam eles vitamínicos ou de nutrientes, enfim, não funciona assim”, sentencia. “Alimentação saudável é simples e sustentável, em todos os sentidos”.
Pratique uma boa alimentação
Como vimos, para comer bem não é necessário estourar o orçamento. Uma alimentação saudável é simples, acessível e custa pouco, além de trazer benefícios para a nossa saúde, combatendo doenças, e para o nosso bem-estar, melhorando a nossa autoestima e a qualidade de vida. E para facilitar seu dia a dia, trouxemos um guia preparado pela nutricionista Bia Dorazio com algumas dicas para montar um cardápio simples, natural e cheio de saúde.
1-Escolha os alimentos corretamente. Opte mais pelos alimentos que a natureza produz. Evite o excesso de industrializados e principalmente evite os utraprocessados.
2-Mastigue bem os alimentos, assim terá melhor digestão, absorção de nutrientes, saciedade e consequentemente controle do metabolismo e peso corporal.
3-Evite temperos industrializados. Use e abuse dos sabores e aromas especiais de alho, cebola, alho poro, gengibre, açafrão, alecrim, coentro, orégano, manjericão, pimentas de tantos tipos, salsão, salsinha e cebolinha e outros que melhoram o paladar e principalmente o valor nutricional da preparação. Todos têm poder antioxidante e anti-inflamatório tão necessários ao organismo.
4-Inclua frutas e vegetais no seu dia a dia e os consuma com casca e bagaço quando possível para aproveitar melhor todos os seus elementos.
5-Opte por carnes magras, sem gordura aparente e preferencialmente cozidas.
6-Evite o excesso de massas, doces e açúcar.
7-Hidrate-se. Beba água ao longo do dia.