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Geral Alta de preços e falta de imóveis são obstáculos para os brasileiros em Portugal

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Lei agora permite emissão de vistos para brasileiros que procuram emprego em solo português. (Foto: Reprodução)

A subida dos preços para aluguel e compra de imóveis tem sido um obstáculo na chegada dos imigrantes brasileiros em Portugal neste começo de 2022. A procura pode durar meses e levar os imigrantes para os arredores das grandes cidades.

Após um congelamento no período de crise econômica causado pela pandemia de covid-19, o governo autorizou um reajuste de 0,43% no preço dos aluguéis este ano. É um valor pequeno, que pode ou não ser aplicado pelos proprietários. Mas é notório que alguns deles, motivados pela alta procura, já teriam subido o preço além do estipulado.

Em relação ao aumento do valor médio do metro quadrado para a compra, que valoriza o imóvel, favorece a especulação imobiliária e eleva o preço do aluguel, houve um aumento nacional de 12,2% no terceiro trimestre de 2021, se comparado ao mesmo período de 2020. O m2 agora custa € 1.311 (R$ 7,8 mil).

Mas em Lisboa e no Porto este valor é maior que a média nacional. Na capital, sobe para € 3,5 mil (R$ 20,8 mil), enquanto que na Invicta chega a € 2,3 mil (R$ 13,7 mil). Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) na última terça-feira.

Os estudantes e a classe média brasileira em geral têm sido os mais afetados pelo aumento, segundo especialistas ouvidos pelo blog Portugal Giro, do jornal O Globo.

Uma prova disso é a dificuldade que a gaúcha Elizandra Ardohain enfrenta em Bragança. A engenheira de alimentos cursou em 2019 o mestrado em Qualidade e Segurança Alimentar no Instituto Politécnico (IPB). Deixou a cidade rumo ao Brasil na pandemia, mas voltou por motivos de trabalho e ficou assustada com os preços.

“Percebi a diferença de valores. E a dificuldade para encontrar um lugar é surreal.

Eu estou aqui desde janeiro e só achei um lugar para março, porque os valores estão inacessíveis”, contou Elizandra.

Quase dois meses para encontrar um lugar que se encaixe no orçamento tem sido o tempo que os brasileiros levam nesta saga. Enquanto procuram, recorrem aos hotéis ou pousadas e gastam além do planejado. O estresse faz muitos dizerem que vão voltar para o Brasil. Elizandra pensou nisso antes de ser acolhida temporariamente.

“A minha sorte é que eu tenho amigos e estou morando com um deles, que me ofereceu onde ficar até março. Caso contrário, teria que voltar ao Brasil”, disse a engenheira.

Yasmin Farias não pensou em voltar para o Brasil, mas porque ainda nem saiu do país. De sua casa em Cuiabá, procura imóveis em Bragança pela internet desde novembro e só encontrou agora, a poucos dias da viagem para o início do curso de Arte e Design no IPB.

“Foram dois meses de agonia e ficar em hotel estava muito fora da minha realidade”, disse Farias.

O diretor da start-up Estude em Portugal, Higor Cerqueira, explica que cidades com alta concentração de estudantes e de instituições de ensino de ponta, como é o caso de Bragança, Lisboa, Porto e Braga, por exemplo, começam a sair do radar dos brasileiros devido aos preços e aos obstáculos para encontrar imóveis.

“As pessoas continuam vindo do Brasil em busca de trabalho e universidade, para poder pedir visto de estudo. E tem havido procura por cidades satélites, porque é importante estar perto de um grande centro, onde as chances de emprego são maiores na retomada da pandemia”, afirmou Cerqueira.

Nos arredores do grande Porto e Lisboa, cidades menores e mais baratas, como Setúbal e Viseu, são atraentes para os brasileiros. Como foi o caso de 25 estudantes auxiliados pela empresa de Cerqueira, que submeteram candidaturas ao Instituto Politécnico de Viseu.

“Colocamos 25 candidatos à graduação em Viseu. Se vão pagar um aluguel mais alto, de € 200 (R$ 1,1 mil), por um quarto em Bragança, por exemplo, já podem passar em pagar um pouco mais por um lugar melhor em Viseu, Setúbal, ou outra cidade satélite. No interior também há aumento de preço, mas é possível garimpar os mais acessíveis, porque o valor subiu e a oferta não é justa”, contou Cerqueira.

Mesmo quem transita nos bastidores do mercado imobiliário tem dificuldade para encontrar imóveis, seja para alugar ou vender. Assessora de imigração para brasileiros com base no Porto, a advogada Edilene Gualberto informou que leva até 40 dias entre a busca e a assinatura do contrato, que exige muito mais dos imigrantes.

“Alguns não aceitam alugar para estrangeiros, outros exigem fiador e a maioria dos brasileiros que atendo não tem. Há quem peça contrato de trabalho em Portugal para garantir que tenha renda no país. Para ultrapassar estes obstáculos, temos que demonstrar capacidade financeira através de extratos bancários, investimentos, aplicações, bens que possui no Brasil e pagar meses antecipados e cauções”, disse Gualberto.

Em Lisboa, a consultora imobiliária Ellen Theodoro, da KW Ábaco, dá a dica para quem planeja morar na capital. Segundo ela, faltam imóveis e mão de obra para a reforma dos antigos e construção de novas unidades.Se vier sem organização, vai sofrer. Há muita demanda, pouca oferta e os preços subiram. Imigrantes têm ido morar mais distante do centro. Para ter conforto, tem que ir para os arredores de Lisboa ou Porto, mas gasta mais em transporte. Então, o planejamento é importante”, disse Theodoro. As informações são do Jornal O Globo.

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