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Colunistas América

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Os EUA tratam de forma igual um idoso de 80 anos, se ele estiver saudável. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Mais ou menos a cada dois anos viajo aos Estados Unidos. Anotei algumas diferenças entre cá e lá.

Na América, idosos não gozam de privilégios e vantagens, comuns por aqui. Por exemplo, eles não dispõem de vagas especiais nos estacionamentos e não gozam de preferência em filas de banco, supermercado, ou embarque aéreo. Então os idosos são melhor tratados no Brasil? Em termos.

Lá, o conceito de preferência não está na idade, mas na dificuldade de locomoção, por doença ou invalidez. Os EUA tratam de forma igual um idoso de 80 anos, se ele estiver saudável, se pode se deslocar sem auxílio, se pode ir no supermercado ou viajar de avião. É assim que os americanos enxergam os seus velhos. E é assim que eles próprios se enxergam: por que eu, idoso, devo merecer favor, se estou íntegro e saudável?

Os velhos também não se beneficiam de passagem grátis no transporte público – ônibus, metrô. O raciocínio, no caso, é simples: se o serviço é gratuito para alguém, outro vai pagar no lugar dele. Os americanos detestam essa “transferência”.

Na América, em muitos Estados, os carros só têm placas traseiras. As placas têm o mesmo tamanho, mas o desenho, os códigos, a combinação de números e letras é da vontade e concepção de cada Estado, e a rigor, do dono do carro. A placa é ligada ao dono, não ao carro. O dono pode vender o carro e ficar com a placa. Em Estados como a Flórida, há uma placa comum, com a laranja de símbolo, mas com  50 dólares você pode “desenhar” a sua entre dezenas de modelos. Os 50 dólares adicionais da placa são destinados a iniciativas meritórias, como campanhas de saúde e programas ambientais.

Nas cidades americanas, não há hipótese de você ver aquela penca de motoqueiros costurando, fazendo evoluções perigosas no meio dos carros. Nos EUA de 320 milhões de habitantes, existem nove milhões de motos. No Brasil de 200 milhões de pessoas, são 22 milhões de motos. Em muitos Estados o uso do capacete não é obrigatório. É arriscado? Certamente. Mas cada um que cuide de si e corra seus próprios riscos. Nada parecido com o Brasil, onde o Estado “protege” o cidadão dos perigos reais e supostos, a partir do conceito de que ele – o cidadão – é meio tanso e não sabe cuidar de si.

Todos os postos de gasolina são “self-service”. Não há frentistas. É uma operação simples em que o condutor abastece o carro e opera o seu próprio cartão de crédito junto à bomba. Entrei num posto de gasolina com oito ilhas de bombas, com seis bombas em cada uma. Atrás, um único funcionário dava conta de atender o caixa e a loja de conveniência, em horário de expediente. Certamente essa é uma das razões pela qual o litro de gasolina custa R$ 2,50 reais na América, enquanto aqui custa em torno de R$ 4,90 reais.

Os ônibus urbanos não têm cobradores há mais de 25 anos. O motorista sozinho faz o troco no caso de pagamento em dinheiro, dirige o ônibus, orienta os passageiros e instala ele mesmo o andaime que facilita o embarque ou desembarque de pessoas com deficiência.

Essas práticas ainda não chegaram por aqui. Mas deve ser porque nós somos mais inteligentes do que os americanos.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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