Sábado, 04 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2016
A apresentadora Ana Hickmann publicou, na manhã desta sexta-feira (8), a imagem do verbete “indignação” em uma rede social, um dia após o Ministério Público de Minas Gerais denunciar o cunhado dela, Gustavo Correa, por homicídio. Na imagem, aparecem significados da palavra conforme o dicionário. A medida é contrária à decisão da Polícia Civil, que pediu o arquivamento do processo pelo reconhecimento de legítima defesa.
Ana Hickmann com os cunhados. (Foto: Reprodução)
A apresentadora sofreu um atentado por um “fã” em Belo Horizonte (MG), no dia 21 de maio. O crime aconteceu dentro de um hotel. Gustavo Correa matou Rodrigo Augusto de Pádua após este atirar contra sua mulher, Giovana Oliveira, assessora da apresentadora.
A assessoria de imprensa de Ana informou nesta sexta que a apresentadora não iria se manifestar sobre a postagem.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais vai decidir se aceita ou não a denúncia feita pelo promotor Francisco Santiago. O advogado de Gustavo Correa, Maurício Benfica, disse que não vai se manifestar por não ter ciência do teor da denúncia. Para ele, o caso trata-se “obviamente” de legítima defesa.
De acordo com o inquérito, Pádua rendeu com um revólver a apresentadora, sua cunhada, Giovana, e Correa, que é irmão do marido de Ana. Em uma luta corporal, Correa matou Pádua dentro de um dos quartos de hotel, após o “fã” balear Giovana. Segundo o delegado Flávio Grossi, responsável pelo caso, o tiro contra a cunhada era para a apresentadora. Nem Ana nem o cunhado se feriram.
De acordo com a polícia, a investigação mostrou que a intenção de Pádua era possivelmente matar a apresentadora.
Um pen drive encontrado no quarto de Pádua e um celular que estava no quarto do atentado foram periciados. Nos dois, a polícia encontrou mais de 10 mil fotos, a maioria de Ana.
“O pen drive e o celular demonstram o que já estava bem sedimentado, que é essa obsessão de Pádua por Ana. Nós temos cerca de 10.480 fotos, a maioria referente à Ana, montagens com declarações de amor e montagens de cunho sexual”, disse o delegado.
A perícia também revelou que o fã fez uma pesquisa no Google sobre o uso de detectores de metais no hotel. Ele também buscou na internet se uma munição calibre 22 era mortal ou não. “[Pádua] escolheu a munição 38, chamada SLP+, que é especial, com maior força de entrada e teve o cuidado de escolher um projétil que é aquela parte de chumbo que fica. Ele escolheu uma bala que tem uma perfuração no meio, a qual é expansiva, ou seja, quando ela atinge o corpo, ela expande. Ela é mais lesiva”, descreveu o delegado.
De acordo com Grossi, somente uma arma foi encontrada no local do crime. Um exame residuográfico, que verifica a presença de pólvora, comprova que Pádua atirou. O revólver, de calibre 38, tinha numeração raspada e a Polícia Civil não conseguiu chegar ao número original.
Um papel encontrado com anotações de Pádua comprovou que o crime foi planejado. Segundo o delegado, este papel detalhava que, se não houvesse “sucesso” no hotel, ele iria para o show room, onde Ana participaria de um evento de moda. Se esta etapa também não desse certo, ele iria para o aeroporto atrás da apresentadora. Pádua tinha apenas passagem de ida a Belo Horizonte.
Pádua fez disparos no quarto e um tiro atingiu Giovana, que ficou mais de dez dias internada. Inicialmente, a polícia acreditava que dois tiros teriam atingido a assessora.
O delegado definiu a briga entre os dois homens como “luta de vida ou morte”. Em depoimento, Correa contou que mordeu o atirador com muita força para tentar contê-lo. A lesão foi comprovada na necropsia.
Pádua foi atingido por três tiros em um intervalo de cerca três segundos. No primeiro disparo, os dois ainda estavam em luta. Segundo o delegado, foi possível comprovar isso pela posição das lesões. Na sequência, Correa fez os outros dois disparos. Grossi detalhou que a luta durou até “o último minuto” e que, em nenhum momento, houve qualquer “rendição” do fã. (AG)