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Por Redação O Sul | 11 de julho de 2019
Em mais um aceno à bancada evangélica, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a entregar uma das duas vagas que poderá indicar para o STF (Supremo Tribunal Federal) a um ministro “terrivelmente evangélico”. Apesar de distante – a primeira vaga será aberta em novembro de 2020 –, a fala de Bolsonaro já abriu uma corrida com especulações entre os que preenchem o principal pré-requisito para o posto.
A promessa foi feita à Frente Parlamentar Evangélica em um culto na Câmara de Deputados, antes da retomada dos debates que culminaram na aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência. A primeira vaga será aberta em 1º de novembro de 2020, quando o decano Celso de Mello completará 75 anos de idade. A outra só ficará disponível em julho de 2021, quando será a vez de Marco Aurélio de Mello deixar o cargo.
No Planalto, atualmente, a torcida é para que o chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), André Luiz Mendonça , fique com o posto. Pastor da Igreja Presbiteriana, em Brasília, o ministro tem 46 anos (a idade mínima é de 35) e tem sido elogiado por sua atuação considerada técnica. Outra vantagem, segundo um aliado do presidente, é que Mendonça, apesar de evangélico, não tem a “bênção” de um líder religioso específico. Desse modo, criaria menos resistência na Corte.
Mendonça conta ainda com o apoio do ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, que também acumula o comando da Subchefia para Assuntos Jurídicos e é considerado um dos mais influentes conselheiros de Bolsonaro.
“Quantos tentam nos deixar de lado dizendo que o Estado é laico? O Estado é laico, mas nós somos cristãos. Ou, para plagiar a nossa querida Damares [Alves], nós somos terrivelmente cristãos”, declarou Bolsonaro.
Não é a primeira vez que Bolsonaro diz que vai escolher um evangélico para uma vaga no Supremo. No fim de maio, durante um encontro das assembleias de Deus, em Goiânia (GO), o presidente criticou a possibilidade de o STF enquadrar a homofobia como crime de racismo e sugeriu que é o momento de o País ter um ministro da Corte declaradamente evangélico.
Outros dois nomes surgem como alternativas para o cargo, embora não encontrem respaldo entre os principais assessores e aliados do presidente. Um deles é o juiz federal Marcelo Bretas, da Operação Lava-Jato no Rio, frequentador da Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul. Bretas fez questão de prestigiar Bolsonaro na sua posse. Ele tem se movimentado com declarações em defesas de pautas do governo e de Bolsonaro e costuma fazer citações religiosas nas redes sociais.
O outro cotado é o juiz federal William Douglas, escritor de livros cristãos, coach motivacional e pregador em diversas denominações evangélicas.