Por Redação O Sul | 31 de maio de 2018
Antes território dos jovens, o Facebook está perdendo cada vez mais espaço entre as redes sociais utilizadas pelos adolescentes, revela estudo publicado nesta quinta-feira (31) pelo Pew Research Center. Hoje, apenas pouco mais da metade (51%) dos norte-americanos entre 13 e 17 anos frequentam a plataforma de Mark Zuckerberg, percentual bem abaixo do YouTube (85%), Instagram (72%) e Snapchat (32%). As informações são do jornal O Globo.
No último estudo do tipo, publicado em 2015, o Facebook liderava a preferência dos adolescentes com 71%, seguido por Instagram (52%) e Snapchat (41%). Esta mudança na preferência dos jovens é apenas um exemplo de como o cenário de tecnologia para esta parcela da população evolui rapidamente. Há três anos, o smartphone estava nas mãos de 73% dos adolescentes. Hoje, o aparelho se tornou onipresente: 95% deles disseram possuir ou ter acesso a um, sendo que 45% dizem estar on-line praticamente o tempo inteiro.
“O panorama das redes sociais mudou completamente entre os adolescentes nos últimos três anos”, apontou Monica Anderson, diretora da pesquisa no Pew Research Center, em entrevista à AFP. “Naquele momento, o uso das redes sociais por adolescentes girava principalmente em torno do Facebook. Hoje, o hábito deles está menos centrado em apenas uma plataforma. E paralelamente, os adolescentes estão mais conectados que nunca.”
Os pesquisadores destacam que o YouTube, que lidera a lista deste ano, não estava presente na pesquisa em 2015, mas esse fato não influi na performance do Facebook, que claramente perdeu espaço entre os pesquisados. Outro dado que corrobora esta nova realidade é a pergunta sobre qual a plataforma mais utilizada. 35% disseram que usam mais o Snapchat, seguido por YouTube (32%) e Instagram (15%). O Facebook é a rede mais utilizada apenas para 10% dos adolescentes.
A rede de Mark Zuckerberg tem maior apelo entre os adolescentes das camadas populares e entre minorias étnicas. Entre garotos e garotas de famílias com renda até US$ 30 mil anuais, 70% dizem usar o Facebook, percentual que baixa para apenas 36% em famílias com renda superior a US$ 75 mil. E 26% dos adolescentes negros identificam o Facebook como a rede social mais utilizada, contra percentual de 7% entre os brancos.
O estudo, realizado entre 7 de março e 10 de abril deste ano, mostra que ainda não existe consenso entre os adolescentes sobre os efeitos que as redes sociais exercem em suas vidas. 31% dos entrevistados descreveram os efeitos positivos, enquanto 24% disseram que os efeitos são negativos. Mas a maior parcela, de 45%, diz que os efeitos não são nem positivos nem negativos.
Entre os fatores positivos, eles mencionam a possibilidade de se manterem conectados, de encontrar informações e pessoas com os mesmos interesses, além do acesso ao entretenimento e do espaço de livre expressão. Pelo lado negativo, destacam o assédio online, a difusão de informações falsas e o vício. Dizem ainda que essas plataformas prejudicam as relações, distorcem a realidade e dão aos adolescentes uma visão não realista sobre a vida.
Os jogos eletrônicos também estão bastante presentes na vida dos adolescentes: 90% deles dizem jogar videogames, em computadores, consoles ou smartphones, sendo que 84% dizem possuir ou ter acesso a um console de videogame em casa. Apesar de os índices serem altos entre as garotas (75% delas têm um console e 83% dizem jogar), o hábito é ainda mais frequente entre os garotos: 92% disseram ter um console e 97% jogam algum tipo de videogame.
