Sexta-feira, 07 de março de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Apesar de queda nas mortes violentas nos últimos anos, o Brasil ainda é um dos países onde mais se mata

Compartilhe esta notícia:

Atualmente, a lei prevê que o feminicídio deve ser punido com prisão de 12 a 30 anos. (Foto: Divulgação)

A principal notícia trazida no panorama da violência no Brasil em 2023, traçado pelo 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, é positiva: a queda de 3,4% na taxa de mortes violentas (de 23,6 para 22,8 por 100 mil habitantes). É verdade que ainda é pouco diante da angústia que aflige os cidadãos, mas o levantamento mostra que a queda no indicador é consistente desde 2017, quando os números bateram recorde, com 64.079 ocorrências (30,8 por 100 mil habitantes). As 46.328 mortes do ano passado representam redução de 28% no período. Houve queda na maior parte do país.

Mas os números são altos demais. Por hora, cinco brasileiros perdem a vida em homicídios, latrocínios, lesões corporais letais, feminicídios ou ações policiais. A taxa brasileira é 18,8% superior à média de América Latina e Caribe (19,2 por 100 mil) e quase o quádruplo da média mundial (5,8 por 100 mil). O Brasil figura como 18º país mais violento do mundo, segundo dados do escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). Com apenas 3% da população mundial, concentra 10% dos homicídios.

Outro problema é que a violência se mostra desigual. Numa ponta, está São Paulo, com 7,8 mortes por 100 mil habitantes. Na outra, Amapá, com 69,9, quase nove vezes. A explicação para a disparidade costuma ser a intensidade da disputa entre facções criminosas. Nos estados onde ela atravessa uma fase mais aguda, mata-se mais. Como a atuação dessas organizações transcende as fronteiras estaduais e até nacionais — elas tornaram-se multinacionais do tráfico —, a resposta para a crise de segurança não pode ser compartimentada.

Sozinhos, os estados mais afetados pela violência não têm recursos materiais nem humanos para enfrentá-las. Isso é verdade especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde facções do Sudeste travam guerras com grupos criminosos locais pelo controle dos pontos de venda de drogas, elevando os índices de criminalidade. Por isso o governo federal precisa se envolver e coordenar o combate ao crime organizado. Mas, evidentemente, a maior parte dos crimes ainda deve ser responsabilidade dos estados.

A persistência da violência contra a mulher é um ponto nevrálgico. Apesar do endurecimento da legislação e das políticas públicas, é uma vergonha que todas as modalidades de crime tenham crescido. Outro dado que expõe o despreparo das polícias em relação às novas práticas criminosas é a explosão dos golpes,sobretudo no meio digital (a cada 16 segundos, alguém é vítima desse tipo de crime no Brasil). Entre 2018 e 2023, enquanto os roubos caíram 46%, os estelionatos saltaram 360%.

É preciso avançar muito se o país quiser reverter o atual cenário. As respostas à crise da segurança têm surtido pouco ou nenhum efeito. Operações policiais mal planejadas ou truculentas acabam matando mais — a letalidade policial quase triplicou numa década — sem resultados. Para vencer as organizações criminosas que se espalharam pelo país, o Brasil precisa urgentemente de uma política nacional baseada na cooperação entre as diversas forças de segurança, em inteligência, investigação, tecnologia, compartilhamento de informações e metas a cumprir. Enquanto o governo federal não assumir o protagonismo no enfrentamento do crime organizado, restará apenas lamentar cada nova estatística divulgada. (O Globo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Perto de completar um ano do início da crise na 123milhas, Justiça determina prazos para indenização de clientes lesados
Presidente da Argentina não reprovou os cânticos racistas entoados pelos jogadores da Seleção de seu país contra Mbappé e outros jogadores franceses
https://www.osul.com.br/apesar-de-queda-nas-mortes-violentas-nos-ultimos-anos-o-brasil-ainda-e-um-dos-paises-onde-mais-se-mata/ Apesar de queda nas mortes violentas nos últimos anos, o Brasil ainda é um dos países onde mais se mata 2024-07-21
Deixe seu comentário
Pode te interessar