Domingo, 16 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2018
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB), manifestou-se no Twitter sobre a intervenção federal que será decretada em seu Estado, Roraima. Frustrado em seu plano de se reeleger no pleito deste ano, ele atacou a gestão da atual governadora, Suely Campos (PP), sua adversária política.
“É preciso investigar com profundidade os desvios e a grande corrupção que sangrou os cofres públicos”, postou o parlamentar. “Para onde se olha, tem ação da quadrilha ligada à governadora. O marido e o filho já estão presos e outros também irão.”
Em seguida, acrescentou: “Roraima teve um excesso de arrecadação de 580 milhões de reais além do orçamento previsto para este ano. No orçamento estavam previstas todas as despesas de pessoal , duodécimo dos poderes, ICMS das prefeituras,educação, saúde e segurança. Aonde foi esse dinheiro?”.
A assessoria de Suely Campos foi procurada pela imprensa para comentar as declarações, mas até o fim da noite desse domingo ainda não havia se manifestado.
Já o seu advogado, Frederico Leite, ressaltou que a governadora “não responde a qualquer ação penal, nem mesmo é investigada, ao contrário do senador Romero Jucá, que é protagonista das maiores e mais importantes operações policiais contra corrupção do País [Lava-jato e Zelotes] e possui uma extensa lista de inquéritos e ações contra ele no Supremo Tribunal Federal”.
Ele disse, ainda, “que em breve proporá todas as medidas judiciais cabíveis pra que Romero Jucá seja exemplarmente responsabilizado, a fim de que o nobre parlamentar compreenda o fato de que não é dono da verdade, muito menos inatingível pelas leis brasileiras”.
Reunião
O presidente Michel Temer se reuniu na tarde de sábado com integrantes do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional para discutir a intervenção federal em Roraima, anunciada na véspera. Jucá elogiou a atitude do correligionário, de quem já foi um dos principais articuladores políticos: “Mais uma vez, o presidente Michel Temer ajuda decisivamente nosso Estado”.
A Constituição Federal determina que ambos os conselhos, que são órgãos de consulta do presidente da República, sejam ouvidos, embora não tenham poder de barrar a decisão de Temer. Depois disso e, uma vez formalizada a intervenção, a medida ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.
Como interventor, Temer escolheu Antônio Denarium (PSL), governador eleito de Roraima. Assim, na prática, ele assume o comando do Estado algumas semanas antes, substituindo a atual governadora, Suely Campos (PP).
Na sexta-feira, Denarium disse que apresentará um plano de recuperação fiscal a Temer em uma reunião que está marcada para a próxima terça-feira, em Brasília. O plano, segundo ele, permitirá que o governo antecipe recursos para que sejam quitadas dívidas correntes e salários atrasados do funcionalismo.