Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de setembro de 2017
Depois do Facebook e do Google, agora, é o Twitter que enfrenta problemas relacionados à veiculação de anúncios que buscam grupos racistas por meio de designação de palavras-chave preconceituosas.
O Daily Beast publicou uma reportagem que mostra como conseguiu criar campanhas publicitárias no Twitter usando termos supremacistas, como “nazi” e “wetback” (termo usado de forma preconceituosa para se referir a estrangeiros que moram nos Estados Unidos, principalmente os mexicanos). Essas campanhas visavam públicos específicos.
No momento de concluir a compra das campanhas, a plataforma do Twitter pede aos anunciantes que selecionem palavras-chave que ajudem o site a colocar anúncios na timeline de usuários relevantes. Quando os repórteres do Daily Beast escreveram “wetback”, o Twitter informou que 26,3 milhões de usuários poderiam responder a esse termo. Da mesma forma, disse que 18,6 milhões de contas provavelmente estariam interessadas no termo “nazi”. Depois de confirmar que suas campanhas publicitárias foram bem-sucedidas, o Daily Beast encerrou as duas.
A política de publicidade do Twitter diz que a promoção do conteúdo de ódio é proibida e que os anunciantes são responsáveis por seus próprios anúncios. Sobre as regras de segmentação por palavras-chave, o Twitter afirma que categorias de origem racial ou étnica não podem ser incluídas, e o discurso de ódio não é mencionado especificamente.
Em resposta, a rede de microblogs disse que os termos escolhidos para fazer a campanha estão numa lista de palavras-chave proibidas e que os anúncios foram aprovados por causa de um bug, que já teria sido corrigido.
Segundo um porta-voz da empresa, “o Twitter proíbe ativamente e impede que anúncios ofensivos apareçam em nossa plataforma, e estamos empenhados em entender 1) por que isso aconteceu e 2) como evitar que isso aconteça novamente”.
Recentemente, a ProPublica descobriu que o Facebook permitiu que anúncios fossem direcionados a usuários com base em palavras-chave antissemitas, enquanto o BuzzFeed reportou que o Google também autorizou os anúncios direcionados por meio de frases racistas e que incitam o ódio.
Palavras-chave ofensivas
O Google disse recentemente que desabilitou a “maioria” das palavras-chave ofensivas que o BuzzFeed encontrou que poderiam ser usadas por publicitários para atingir pessoas que pesquisam tópicos racistas e antissemitas.
A maior plataforma de publicidade do mundo não só permitiu que os anunciantes mirassem buscas como “porque os judeus arruínam tudo”, mas também sugeriu que exibissem as propagandas ao lado de pesquisas como “o malvado judeu” e “controle judeu dos bancos”, descobriu uma campanha do BuzzFeed.
Os anúncios ficavam visíveis quando essas palavras-chave eram pesquisadas e a plataforma de compras de anúncios do Google rastreava as exibições, de acordo com o relatório da empresa de mídia da Internet com base na campanha.
O Google desabilitou todas as palavras reveladas na campanha do BuzzFeed, exceto uma que corresponde exatamente a “negros destroem tudo”, segundo o relatório.
“Já desativamos essas sugestões e os anúncios relacionados, e trabalharemos mais para impedir que isso aconteça novamente”, disse por email Sridhar Ramaswamy, vice-presidente de anúncios do Google.
A informação chega um dia depois que o Facebook desabilitou temporariamente uma ferramenta que permitia aos publicitários segmentarem seu público-alvo com base nos dados de educação e trabalho informados pelos usuários, depois que foi revelado que o recurso permitia a segmentação com base em tópicos antissemitas.