Domingo, 20 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de novembro de 2020
Em meio à suspeita de um ataque cibernético coordenado a diversos órgãos, que pode incluir o Ministério da Saúde, sistemas do SUS (Sistema Único de Saúde) nos Estados apresentaram problemas nesta quinta-feira (5). O Conass (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) identificou queda momentânea nas plataformas de ao menos três Estados: Maranhão, Tocantins e Santa Catarina. No DF (Distrito Federal), os sistemas da rede pública de saúde foram bloqueados por medida preventiva, segundo o governo local, e os processos passarão a ser feitos “manualmente” em papel.
A hipótese é de que os problemas em sistemas do Ministério da Saúde, detectados nesta quinta-feira, tenham afetado o funcionamento de plataformas que funcionam na ponta, em Estados e municípios. A pasta diz que não há indícios de ataque cibernético e que ainda apura as causas do episódio, mas internamente essa hipótese é considerada.
O site do DataSus ficou fora do ar. Acesso à internet, linhas de telefone fixo e e-mails corporativos também tiveram bloqueio ao longo do dia.
No início da noite, a pasta divulgou nota afirmando que identificou “a existência de vírus em algumas estações de trabalho” e que “bloqueou o acesso à internet, bem como às redes e aos sistemas de telefone” como medida de prevenção. O objetivo, segundo o órgão, seria evitar a propagação do vírus entre os computadores da pasta.
“Até o momento, não há indícios de que o vírus seja uma tentativa de invasão, pois não houve danos à integridade dos dados”, informou o Ministério da Saúde na nota. “No momento, os sistemas do MS estão em funcionamento, porém alguns deles enfrentam lentidão em função das medidas de segurança adotadas”.
O presidente do Conass, Carlos Eduardo Lula, explica que Estados e municípios têm sistemas interligados com os do Ministério da Saúde. Por isso, ele acredita que os reflexos tenham sido generalizados, atingindo todos os estados, ainda que momentaneamente.
Na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, os sistemas internos estão fora do ar após tentativas de invasão serem identificadas no sistema da pasta da Economia do governo local. Nem mesmo o acesso à plataforma que registra os atendimentos feitos pelo SUS foi poupado do bloqueio.
Avisos de “bloqueio total” foram repassados pela área técnica às equipes de saúde como medida de prevenção contra ataques cibernéticos a outros órgãos, como STJ (Superior Tribunal de Justiça) e a Secretaria de Economia do DF.
“O atendimento será mantido por meio do uso de ficha em papel, com receitas médicas escritas e gestão de estoque feita manualmente, até o retorno dos sistemas, ainda sem previsão. A Secretaria de Saúde pede a colaboração e a compreensão de todos, servidores e pacientes, até que os sistemas sejam restabelecidos”, diz a pasta.
No STJ, o ataque hacker realizado na última terça-feira (3) ao sistema bloqueou a base de dados dos processos em andamento no tribunal e paralisou totalmente os trabalhos até a próxima semana. A PF (Polícia Federal) e o setor de informática do STJ ainda analisam a extensão do ataque e de que forma poderão contornar o problema. A PF informou nesta quinta-feira que instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da invasão dos computadores do STJ. O tribunal também afirmou que funcionará em regime de plantão até a próxima segunda-feira (9), e “durante esse período estarão suspensas todas as sessões de julgamento por videoconferência e também as sessões virtuais destinadas à apreciação de recursos internos (agravos internos, agravos regimentais e embargos de declaração), bem como as audiências”. As informações são do jornal O Globo, da PF e do STJ.