Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de outubro de 2019
O primeiro-ministro Boris Johnson, derrotado em uma votação no Parlamento sobre o acordo de transição para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), pediu uma extensão do prazo para as negociações com o bloco, cumprindo a lei que o obrigava a fazê-lo se nada fosse decidido até este sábado. Mas, ao mesmo tempo, aconselhou a UE a não conceder a prorrogação.
Segundo fontes do governo, Johnson mandou a carta pedindo a extensão, porém sem sua assinatura. Além dela, foram enviados outros dois documentos. Uma carta de apresentação do enviado britânico à União Europeia e uma terceira carta, escrita pelo premier, na qual ele diz ser contra qualquer prazo além do dia 31 de outubro, quando em tese o Reino Unido deve deixar o bloco.
“Deixei claro, desde o dia em que me tornei primeiro ministro, e deixei clara ao Parlamento novamente hoje [sábado], minha visão e a posição do governo de que uma nova extensão iria prejudicar os interesses do Reino Unido e de nossos parceiros na União Europeia, além de sua relação mútua”, dizia a carta por ele assinada. Johnson ainda mostrou confiança em uma aprovaçao do acordo no Parlamento nos próximos dias.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk , disse ter recebido as mensagens e que vai conversar com os lideres do bloco. “O pedido de prorrogaçao acaba de chegar. Agora começarei a consultar os líderes da UE sobre a maneira de atuar”, disse ele no Twitter.
Novo revés no Parlamento
Após três anos de confusão em torno de como se daria a saída britânica da União Europeia, o premier Boris Johnson, um dos principais defensores da ideia, tinha esperanças de colocar um ponto final no impasse neste sabado, quando ocorreu a votação do acordo fechado na quinta-feira entre Londres e Bruxelas. Porém, o desfecho foi outro .
Em uma rara sessão de sábado do Parlamento, ao invés do texto negociado pelo premier, foi colocada em votação uma emenda que obrigava o governo a aprovar toda a legislação relativa ao processo de saída antes do acordo em si. Na prática, a medida serviu para forçar Johnson a pedir uma extensão do Brexit, algo que ele tenta evitar a todo custo.
Agora, a expectativa é de que a Lei de Implementação do Acordo de Saída ( WAIB , na sigla em inglês), seja votada na segunda-feira. O (novo) temor do premier é que, além da legislação, os oposicionistas apresentem novas emendas abrindo caminho para um “referendo de confirmação”, que daria ao povo o poder de aprovar ou não o pacto.