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Brasil Após desistir de concorrer à Presidência da República, o ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa disse que a eleição não mudará o Brasil

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O magistrado de 63 anos alegou razões pessoais para se retirar da disputa. (Foto: Banco de Dados/O Sul)

Para o ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, que anunciou nessa terça-feira a sua desistência de concorrer à Presidência da República, a eleição deste pleito não vai alterar a situação do Brasil. “Eu não acredito que esta eleição mude o País”, declarou em entrevista à imprensa. “O Brasil tem problemas estruturais gravíssimos, sociológicos, históricos, culturais, econômicos.”

O magistrado de 63 anos, que presidiu a Corte no período de 2012 a 2014, também manifestou receio de que a escolha do novo mandatário brasileiro aprofunde as desigualdades sociais. “O meu temor é que os grupos que são indiferentes a isso vão se unir para dominar o processo eleitoral”, alertou. “Eles se uniriam contra mim, não tenho dúvidas.”

Barbosa disse, ainda, que não vê “glamour na vida de quem tem poder” e que “não morre de amores” por esse tipo de projeto pessoal. “Tudo aquilo que leva os políticos a conquistar o poder, nunca me atraiu.”

Ele se filiou ao PSB há um mês, dentro do prazo para quem deseja concorrer a um cargo, porque até então ainda tinhas dúvidas sobre seguir ou não a carreira política. Agora, ao optar pela retirada de sua pré-candidatura, ele lamenta que o sistema eleitora do País não permita candidaturas avulsas.

O ex-ministro do STF também contou que planeja estar fora do Brasil no dia da eleição, em outubro. Assim, não votará para presidente. A sua família, acrescentou, “está aliviada” com a decisão de deixar para lá a tentativa de suceder Michel Temer.

Bolsonaro

Em outra entrevista também nessa terça-feira, Barbosa apontou outras três preocupações que o afligem sobre o futuro do Brasil: as possibilidades de Jair Bolsonaro (PSL-SC) ser eleito, Temer continuar no poder ou o País testemunhas a  instauração de um novo regime militar.

Bolsonaro, por sua vez, reagiu às críticas. “Trata-se de um atestado de completa ignorância política. Se ele não quer ajudar o Brasil, tudo bem. Estou sozinho nessa briga contra a corrupção. Ele poderia ser candidato e ajudar”, declarou o presidenciável.

Em seguida, o polêmico deputado federal fez a ressalva de que tem uma “dívida de gratidão” com Joaquim Barbosa. “Não quero mal a ele, pois foi o único que disse a verdade sobre mim. Quando julgou o mensalão, disse que eu era um dos únicos que não tinham sido comprados. E eu agradeço muito a ele por ter falado isso.”

A desistência

A desistência de Joaquim Barbosa da corrida ao Palácio do Planalto foi publicada em uma mensagem na sua página pessoal do Twitter, alegando razões pessoais: “Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a presidente da República. Decisão estritamente pessoal”.

Quando se filiou ao PSB na data-limite para disputar as eleições, em 7 de abril, ele fez um tímido anúncio em sua conta do Facebook, disponível apenas para amigos. Desde então, ele e a legenda vinham fazendo mistério sobre as reais pretensões da candidatura.

O ex-ministro, que ficou conhecido por ter sido relator do mensalão, apareceu em terceiro lugar no último Datafolha, com 8% a 10% das intenções de voto, a depender do cenário. Ele ficava atrás apenas do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e da ex-ministra Marina Silva (Rede).

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse ter recebido um telefonema de Barbosa no início da manhã comunicando a decisão: “Ele agradeceu muito a receptividade do PSB, mas disse que havia refletido muito e que não ia ser”. Segundo o presidente, Barbosa não alegou nenhuma razão específica para a decisão e afirmou que o ex-presidente do STF agiu dentro do que havia sido combinado.

Apesar de o partido agora ter que decidir o que vai fazer diante da ausência de um candidato, Siqueira afirmou que não pretende convocar uma reunião de emergência. “Temos tempo.” Na semana passada, Barbosa telefonou para amigos e familiares para perguntar a opinião deles sobre a candidatura. Segundo relatos, ele disse que tomaria uma decisão no final de semana, mas demonstrava sinais de que desistiria.

Para eles, três fatores pesaram na decisão: o receio de exposição de sua família, o seu problema de saúde e o receio de ser engolido pela estrutura partidária do PSB. Segundo eles, o ministro se dizia incomodado com a possibilidade de ter de alterar as suas propostas para se adequar à sigla e que sua imagem fosse explorada de maneira indevida pela legenda.

Agora, com a desistência de Barbosa, ganhou força no PSB a possibilidade de um acordo com o PDT em torno do apoio à pré-candidatura de Ciro Gomes. “Nunca deixamos de conversar com o PSB e continuaremos a conversar. Só depende deles [um acordo]”, disse o presidente do PDT, Carlos Lupi.

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