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Economia Em meio a turbulências que desvalorizaram a sua moeda em 5% na última semana, a Argentina decidiu pedir ajuda ao FMI

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O anúncio foi feito pelo presidente argentino, Mauricio Macri. (Foto: Reprodução)

O presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou nesta terça-feira (8) que, devido à disparada do dólar e às dificuldades do governo em proteger a moeda argentina de uma desvalorização ainda maior, decidiu iniciar conversas com o FMI (Fundo Monetário Internacional) “para alcançar um acordo que permita superar as turbulências cambiais dos últimos dias”. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

O objetivo é conseguir uma linha de crédito de US$ 30 bilhões, segundo informou a Bloomberg. O governo argentino e o FMI não confirmam o montante. É a primeira vez em 15 anos que a Argentina recorre ao FMI, instituição que ficou marcada pelos sucessivos empréstimos ao país nas décadas de 1980 e 1990 – e, mais tarde, pela turbulenta relação com o governo dos Kirchner.

Ainda hoje, muitos argentinos associam o colapso econômico de 2001 e a crise do “corralito” às imposições do fundo. “Nem o FMI é o mesmo, nem a Argentina é a mesma. Ambos aprendemos de lições recebidas no passado”, afirmou o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne.

Macri disse que tomou a decisão para proteger o salário dos argentinos. Na semana passada, o dólar se valorizou mais de 5% ante o peso. O Banco Central argentino aumentou os juros por três vezes em uma semana, para tentar conter não apenas a forte desvalorização do peso, mas também a inflação, que continua acima da meta. O indicador está na casa dos 20% – a meta estabelecida pelo governo para o ano é de 15%.

Nesta terça-feira, o dólar havia começado o dia cotado em 23,50 pesos, mas começou a cair logo após o pronunciamento do presidente. No final da tarde, já estava em 22 pesos. Ao explicar os últimos acontecimentos, o presidente responsabilizou o estado da economia que recebeu do kirchnerismo em 2015 e “a fragilidade de nossa moeda diante do cenário internacional em transformação”. Macri disse que a conversa com Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, foi para pleitear uma medida preventiva, a fim de sinalizar estabilidade ao mercado.

O objetivo seria a concessão de “uma linha de apoio financeiro” – semelhante ao que ocorre com Colômbia e México, os únicos dois países latino-americanos que têm operações com o fundo atualmente.

Nesse caso, o montante não precisa ser necessariamente sacado, mas serve como garantia para outras operações e ajuda a melhorar a estabilidade financeira e reduzir os indicadores de risco. A linha de crédito vale por dois anos, mas é renovável, a depender dos indicadores econômicos do país.

Para conseguir acesso ao dinheiro, porém, a Argentina precisa cumprir alguns requisitos, como bom fluxo de capitais, sólidas finanças públicas e inflação estável. Uma análise do banco Goldman Sachs destacou que “não está claro se a Argentina se enquadra nessa descrição”. Isso terá que ser negociado com o FMI.

Lagarde confirmou que iniciou “discussões” com Macri, mas não deu detalhes sobre o potencial empréstimo. Ela irá se reunir com o ministro da Fazenda do país nesta quarta em Washington, para debater o tema. O presidente argentino fez o possível para demonstrar tranquilidade. Ele afirmou que a equipe econômica não abandonaria a linha de reformas iniciada em dezembro de 2015, e lançou farpas contra sua antecessora, Cristina Kirchner.

“Jamais vocês voltarão a ser enganados, a ser levados a acreditar em soluções mágicas, a acreditar que aquilo que lhe dão pode ser permanente”, declarou, referindo-se aos generosos subsídios do kirchnerismo. Macri disse que o governo seguirá com sua política econômica gradualista, de não fazer ajustes bruscos.

Mas na prática, segundo analistas, qualquer ajuste brusco seria impossível, uma vez que cerca de 37% do orçamento é destinado a gastos que o governo resiste em cortar, ou porque recebe demasiada pressão por parte de sindicatos, ou por medo de perder apoio político.

Durante toda a gestão kirchnerista, houve subsídios a vários serviços (gás, transporte, eletricidade). Macri decidiu retirá-los, mas de forma gradual e nunca para a população mais humilde – atualmente, cerca de 30% da população argentina vive na pobreza.

“Ou seja, por mais que se façam ajustes nos gastos sociais, há um montante que não pode ser reduzido, e isso causa o déficit orçamentário que faz com que o Estado se endivide e a inflação aumente”, disse o economista Marcelo Elizondo.

Macri declarou que confia nas decisões de sua equipe econômica, que vem recebendo críticas. O presidente não tem um ministro da economia, mas vários que se dedicam a áreas específicas.

A última vez em que a Argentina recorreu a um empréstimo do FMI foi em 2003, durante o governo de Eduardo Duhalde. Já o Brasil é credor do fundo desde 2009.

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