Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
21°
Heavy Thunderstorm

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Esporte Após escândalo, a Federação Internacional de Futebol retira a palavra “corrupção” de seu novo código de ética

Compartilhe esta notícia:

A Fifa nega que novo texto seja mais brando com pagamento de propinas. (Foto: Reprodução)

A Fifa (Federação Internacional de Futebol) prometeu e cumpriu: não há mais corrupção no futebol. Pelo menos, é isso que indica o novo Código de Ética da entidade que, a partir da Copa do Mundo da Rússia, excluiu a palavra “corrupção” de seus artigos.

Em junho, numa reunião confidencial, o Conselho da Fifa aprovou seu novo Código de Ética e, de forma conveniente, retirou do texto qualquer referência ao termo. Quando Gianni Infantino assumiu a Fifa em 2016, em meio à pior crise de credibilidade da história do futebol, ele fez questão de anunciar que os problemas tinham acabado e que a “nova Fifa” seria diferente.

Além da extinção da palavra “corrupção” do novo código, a Fifa ainda estabeleceu que se o crime foi cometido há mais de dez anos ou se a investigação não for concluída em uma década, o cartola em questão não poderá mais ser punido.

Na prática, se um pagamento de propina não for descoberto ou revelado num prazo de dez anos, o caso está encerrado. No código de Ética original, criado por Joseph Blatter em 2004, não havia limite.

Os investigadores independentes da Fifa agora terão apenas cinco anos para concluir qualquer tipo de processo sobre as demais irregularidades e a “procuradora-geral” da entidade, a colombiana Maria Claudia Rojas, terá o poder inclusive de chegar a acordos de delação premiada com suspeitos, um instrumento que, num ambiente de poucas regras e arbitrariedade, poderia levar à proteção de eventuais aliados.

Difamação

Mas se a corrupção foi erradicada do texto, a Fifa introduziu um novo crime: a difamação. Pelas novas regras, uma pessoa está “proibida de fazer declarações públicas de natureza difamatória contra a Fifa” ou contra outros cartolas.

Sem dar detalhes sobre o que isso poderia significar, o código mantém uma flexibilidade ampla para permitir que qualquer um possa ser investigado por tal crime. Uma declaração difamatória levaria uma pessoa a ser suspensa do futebol por dois anos e, no caso de um novo incidente, a pena aumentaria para cinco anos.

Entre membros da Fifa a medida é um sinal claro de que a entidade não vai tolerar críticas. Em 2016, Infantino demitiu o investigador independente da Fifa e seu o juiz. O auditor das contas da entidade, Domenico Scala, pediu demissão antes, diante da mudanças das regras.

Atacado por muitos por seu caráter centralizador, Infantino viu como vários de seus delegados de seus órgãos independentes abandonaram seus trabalhos na Fifa por julgar que a entidade não estava comprometida com as reformas que prometeu depois das prisões dos cartolas, em 2015.

Um dos que abandonou a entidade foi o português Miguel Maduro. Ele era o responsável na Fifa pelo Comitê de Governabilidade, criado justamente para colocar ordem na entidade abalada pela corrupção, organizar e fiscalizar eleições e estabelecer regras sobre quem poderia fazer parte da gestão do futebol.

Mas ele durou apenas alguns meses no cargo, depois de ver sua independência minada pela cúpula da entidade, que o teria pressionado a tomar certas decisões contra as próprias regras da Fifa.

Resposta

A Fifa nega que as mudanças representem um passo para trás no combate à corrupção. De acordo com a entidade, o novo código garante “mais transparência, mais segurança legal e mais eficiência procedimental”. A retirada da palavra “corrupção” ocorreu, segundo a Fifa, por uma questão de “clareza”. “A mudança não tem um impacto material”, alertou a entidade.

“A mesma conduta que seria punida no código anterior seria punida sobre o novo documento”, disse. A Fifa insiste que as novas leis são, de fato, mais duras, já que estabelecem uma pena mínima quanto à propina. O cartola estaria sujeito a pelo menos cinco anos de suspensão e multa de US$ 100 mil.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Esporte

Grêmio enfrenta Iquique pela Libertadores nesta quarta-feira
Inter e Novo Hamburgo decidirão o Campeonato Gaúcho em Caxias do Sul
https://www.osul.com.br/apos-escandalo-a-federacao-internacional-de-futebol-retira-a-palavra-corrupcao-de-seu-novo-codigo-de-etica/ Após escândalo, a Federação Internacional de Futebol retira a palavra “corrupção” de seu novo código de ética 2018-08-14
Deixe seu comentário
Pode te interessar