Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de julho de 2015
Estados Unidos e Cuba formalizam nessa segunda-feira o restabelecimento de suas relações diplomáticas com a reabertura de embaixadas em Washington e Havana, um passo definitivo que encerra mais de 50 anos de ruptura e desconfiança.
Pela primeira vez desde 1961, quando os países romperam relações, a bandeira cubana será hasteada na mansão de pedra calcária que era a Seção de Interesses de Cuba nos EUA.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, vai oficiar a cerimônia, na qual inaugurará uma placa com o novo estatuto da representação na presença de cerca de 500 pessoas no antigo edifício, localizado em uma linha reta desde a Casa Branca.
Rodriguez irá, em seguida, reunir-se com o seu colega norte-americano, John Kerry, na sede do Departamento de Estado, onde a bandeira cubana também será içada.
Enquanto isso, em Havana, o edifício de concreto maciço que abriga a delegação dos EUA espera uma silenciosa transformação em embaixada, sem eventos oficiais planejados até o momento.
Mas, para fins práticos, os dois países estarão assim restaurando as relações diplomáticas, fechando o último capítulo da Guerra Fria nas Américas.
Este passo é resultado do “novo espírito pragmático que molda o ambiente” entre os dois países, declarou Ted Piccone, especialista em Cuba do Instituto Brookings, à agência de notícias France Presse.
De fato, a reabertura das embaixadas é a primeira ação concreta de reaproximação desde que os dois países anunciaram em 17 de dezembro o descongelamento das relações, que foi seguido de meses de negociações.
O presidente cubano, Raúl Castro, definiu esta semana como a conclusão da primeira fase do processo de normalização, cujo principal objetivo é acabar com o embargo econômico contra Cuba, em vigor desde 1962.
Em 20 de julho “começará uma nova etapa, longa e complexa, no caminho para a normalização das relações, e que necessitará de vontade para encontrar soluções para os problemas que se acumularam ao longo de cinco décadas e que afetaram os laços entre nossos países e povos”, acrescentou.
A agenda bilateral é ampla: aviação civil, meio ambiente, luta contra o tráfico de droga, bem como o interesse dos educadores e empresários para aumentar o intercâmbio.
Os dois países “devem se mover rapidamente para aproveitar a reabertura”, disse Piccone.