Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2022
A Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia) divulgou na tarde desta segunda-feira (3) que as companhias suspenderão suas operações no Brasil até o próximo dia 21.
A decisão acontece um dia depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçar a “urgência” de uma interrupção imediata da temporada de cruzeiros, após surtos de Covid em navios.
Horas depois de as empresas anunciarem a paralisação, o governo federal anunciou que concordou com a medida e que fará novas reuniões para avaliar a possibilidade da retomada das atividades.
Para quem estava com viagem marcada para o período de suspensão, a Clia indica procurar as empresas responsáveis pelos cruzeiros e verificar a política de cada uma para essa situação.
A Anvisa suspendeu embarques em dois navios, no último domingo (MSC Splendida) e nesta segunda (Costa Diadema), em Santos (SP), após dezenas de passageiros testarem positivo para Covid os últimos dias.
No Splendida, houve 78 infectados em uma viagem de réveillon e a embarcação atracou às pressas no Porto de Santos, no último dia 30. Os passageiros tiveram de ficar isolados em suas cabines.
Uma nova viagem seria iniciada no último domingo, mas a Anvisa cancelou o embarque de cerca de 2 mil turistas que esperaram por horas para entrar no navio. E o Splendida entrou em quarentena.
No Costa Diadema, foram diagnosticados 68 casos e o navio ficou atracado em Salvador, com 4 mil pessoas em quarentena desde o último dia 30. Ele atracou em Santos nesta segunda, para desembarque dos passageiros, e teve as próximas duas viagens canceladas pela Anvisa.
Outro navio da MSC, o Preziosa, teve 28 infectados, que desembarcaram no Rio, e foi liberado para seguir viagem no último domingo (3), após 8 horas de atraso do embarque.
O que diz o governo
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que uma decisão sobre a recomendação da Anvisa de encerrar a temporada de cruzeiros estava sendo tratada sob a coordenação do gabinete civil da Presidência da República, pelos ministérios da Saúde, da Infraestrutura e da Justiça.
Na noite desta segunda, foi divulgado um comunicado das três pastas, mais o Ministério do Turismo e a Casa Civil, confirmando a suspensão temporária, após reunião com empresas do setor.
Segundo o governo, houve também uma reunião com secretários de Saúde de Estados e municípios “para discutir o atual plano de operacionalização da atividade de cruzeiros diante do aumento de casos da variante ômicron”. E que novos encontros serão realizados com municípios, Estados e empresas “para, juntos, reavaliarem a possibilidade do retorno das atividades”.
Mais cedo, logo após as companhias anunciarem a paralisação temporária, Queiroga disse que já era esperado que casos de Covid pudessem ocorrer nos cruzeiros.
“Nós tínhamos uma portaria que oferecia segurança para realização dos cruzeiros e previa situações como essa, de ter casos de Covid. Ali já tinha toda a normativa”, afirmou o ministro, na tarde desta segunda.
“Se as companhias de cruzeiro estão fazendo isso (a suspensão das atividades), naturalmente que estão observando o que está escrito na portaria e a segurança de quem contrata esses passeios”, completou Queiroga.
A retomada das operações dos navios de cruzeiro para a temporada de 2021/2022 foi prevista pela Portaria Interministerial CC-PR/MJSP/MS/MINFRA nº 658, de 5 de outubro de 2021, em cenário epidemiológico anterior à notificação mundial sobre a identificação da nova variante de preocupação, Ômicron, que foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 24 de novembro.