Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de outubro de 2019
Após reunião com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ser favorável à privatização de
estatais como Eletrobras e Correios, mas avaliou que uma eventual venda da
Petrobras ainda encontra resistências.
“Não consigo responder de forma genérica sobre privatizações. Sou a favor da
privatização da Eletrobras. Acho que o custo da administração da Eletrobras
prejudica muito o Estado brasileiro. Isso acaba gerando prejuízo à sociedade.
Esse é um caso importante”, destacou.
Maia avaliou ainda ser cada vez menos necessário se manter uma estrutura como a
dos Correios. “Não se sabe por que os Correios ainda têm a estrutura que têm”,
completou.
Já sobre a Petrobras, o presidente da Câmara admitiu que o ambiente ainda é de
muita restrição para uma eventual privatização. “Mas o governo vendeu a BR
Distribuidora e não teve manifestações e nem problemas. Então é um movimento que
vai crescendo”, avaliou.
Para Maia, o importante é que o governo mostre – em cada processo de
privatização – por que a gestão pública tem sido pior para o cidadão do que
seria uma gestão do setor privado.
Abono
A derrubada no Senado do artigo que previa regras mais rígidas para concessão do
abono salarial não significa nenhuma perda para a reforma da Previdência, na
avaliação de Rodrigo Maia. O abono é uma espécie de 14º salário pago pelo
governo a trabalhadores de baixa renda com carteira assinada.
Na madrugada de quarta-feira (02), o Senado decidiu manter o critério atual,
segundo o qual o benefício é concedido a quem recebe até dois salários mínimos,
cerca de R$ 2.000. A versão da reforma aprovada pela Câmara previa um limite de
renda mais restritivo, de aproximadamente R$ 1.300.
Maia qualificou o tema de difícil e lembrou que alguns dispositivos do texto do
governo também caíram durante a votação do tema na Câmara dos Deputados. “Acho que nós temos que olhar o que tínhamos de expectativa no passado e o resultado que vai sair da reforma na Câmara e no Senado” afirmou.
Para ele, as duas Casas trabalharam com responsabilidade e sem se preocupar com
as eleições municipais de 2020, “sem nenhum tipo de oportunismo ou populismo”.
“Acho que a perda de um destaque não significa nenhuma perda”, considerou.
O presidente da Câmara ressaltou que a expectativa inicial era de que a reforma
entregasse uma economia de R$ 500 bilhões e que o resultado final deve ficar
acima de R$ 800 bilhões.