Domingo, 14 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2025
Quando a Apple lançou o iPhone X em 2017, a empresa fez mais do que inaugurar o reconhecimento facial e uma tela elegante de ponta a ponta. A companhia também ajudou a estabelecer uma nova categoria: o smartphone de US$ 1.000 (hoje equivalente a R$ 5.397).
Nos oito anos seguintes, esse preço praticamente não mudou. Apesar da inflação e de um fluxo constante de atualizações tecnológicas, o iPhone 17 Pro agora começa em US$ 1.099 (R$ 5.931) — apenas US$ 100 a mais (cerca de R$ 540). O iPhone básico da Apple custa US$ 799 (R$ 4.312, no câmbio atual), também apenas US$ 100 acima do modelo comparável de 2017.
Antes da estreia do iPhone 17 na semana passada, alguns analistas previram grandes aumentos de preços — especialmente com as tarifas do presidente americano Donald Trump sobre as importações chinesas no horizonte. No entanto, as mudanças da Apple foram comedidas. Os modelos Pro subiram de US$ 999 (R$ 5.391) para US$ 1.099 (R$ 5.931), mas a Apple suavizou o impacto ao dobrar a capacidade de armazenamento básico para 256 gigabytes.
O novo iPhone Air, que substitui o iPhone 16 Plus, também aumentou US$ 100 (cerca de R$ 540), para US$ 999 (R$ 5.391). Depois que os consumidores se prepararam para o choque causado pelas tarifas — com alguns até correndo para as lojas neste ano para evitar possíveis taxas — os ajustes foram modestos.
Essa contenção não durará para sempre. É improvável que a Apple absorva os custos das tarifas indefinidamente, e transferir a produção do iPhone da China para a Índia não eliminará o problema do aumento dos custos. A empresa já começou a sinalizar o que vem por aí: a era do iPhone de US$ 2.000 (R$ 10.794).
O iPhone 17 Pro Max deste ano apresenta uma opção de armazenamento de 2 terabytes, com preço de US$ 1.999 (cerca de R$ 10.789). É a primeira vez que um iPhone atinge este patamar de preço de quase US$ 2.000. E a Apple não definiria esse preço a menos que acreditasse que uma parcela significativa de sua base de clientes estivesse disposta a pagar.
A trajetória é clara. O primeiro iPhone dobrável da Apple está previsto para chegar no próximo ano com recursos que rivalizam com os da Samsung Electronics e do Google, da Alphabet. Esses modelos agora são vendidos por US$ 1.799 (R$ 9.709) a US$ 2.419 (R$ 13.055), dependendo da configuração.
Considerando que o iPhone Air de tela única custa US$ 999 (R$ 5.391) e compartilhará muitos componentes com o futuro dobrável, este modelo provavelmente custará pelo menos o dobro — antes que atualizações de armazenamento, capas e acessórios elevem o preço.
O CEO da Apple, Tim Cook, já disse a Wall Street que acredita que os clientes do iPhone estão preparados para abrir suas carteiras.
— As pessoas estão realmente dispostas a se esforçar para conseguir o melhor que podem pagar nessa categoria — disse Cook em uma teleconferência de resultados de 2023, observando que o iPhone se tornou “integrante” da vida das pessoas.
Os consumidores agora usam o dispositivo para fazer pagamentos, controlar eletrodomésticos inteligentes, gerenciar sua saúde e armazenar dados bancários, afirmou.
Olhando mais adiante, a Apple já está desenvolvendo um “iPhone 20” para comemorar o 20º aniversário da linha, uma reformulação que se espera ser tão radical quanto o iPhone X foi em sua época. Assim como esse modelo estabeleceu o padrão de US$ 1.000, o iPhone 20 pode preparar o terreno para um novo normal muito mais caro.