Quinta-feira, 26 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 8 de fevereiro de 2024
A Arábia Saudita disse que não irá manter relações diplomáticas com Israel enquanto o país não reconhecer o Estado da Palestina segundo as fronteiras definidas em acordo estabelecido em 1967 após a guerra árabe-israelense, segundo nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores saudita.
O comunicado saudita acontece no momento em que o secretário de Estado Antony Blinken viaja ao Oriente Médio em busca de um acordo de cessar-fogo duradouro para a guerra entre Israel e Hamas. Ele se encontrou com autoridades israelenses e nos próximos dias terá reuniões com autoridades árabes da região.
A aproximação entre Arábia Saudita e Israel vinha sendo mediada pelos EUA antes da guerra, processo afetado pelo conflito uma vez que os sauditas se juntaram ao mundo árabe para condenar a condução da guerra por Israel.
Riad reiterou seu apelo para que os membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que não reconheceram um Estado palestino nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital, o façam, informou um comunicado do ministério.
“O reino comunicou aos EUA sua firme posição de que não haverá nenhuma relação diplomática com Israel a não ser que um Estado palestino independente seja reconhecido com as fronteiras definidas em 1967, tendo Jerusalém ocidental como capital, e que as agressões israelenses na Faixa de Gaza sejam interrompidas e que todas as forças de ocupação de Israel deixem a Faixa de Gaza”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita em nota.
Estado palestino
A maioria dos Estados árabes e islâmicos não reconhece Israel e a exigência do estabelecimento de um Estado palestino é uma posição saudita de longa data.
Mas poucas semanas antes de o Hamas lançar o seu ataque a Israel, em 7 de outubro de 2022, Riad disse que estava cada vez mais perto de normalizar as relações diplomáticas com o Estado judeu.
Especialistas dizem que o preço que a Arábia Saudita exigiria em troca da normalização seria mais elevado agora do que antes da guerra de Gaza, uma vez que Riad poderá sentir-se compelida a extrair mais concessões dos Estados Unidos e de Israel.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na terça-feira que a Arábia Saudita ainda tem um “forte interesse” em normalizar as relações com Israel.