Domingo, 15 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 11 de julho de 2015
Depois da onda dos seios fartos, modelados com próteses de silicone, mulheres estão voltando para a mesa de cirurgia em busca de um novo padrão: mamas pequenas e com aparência natural, como as que eram vistas nas décadas de 1980 e 1990. Dados da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) apontam que, entre o início de 2014 e os primeiros meses de 2015, a troca de próteses consideradas grandes, entre 300 e 350 ml (mililitros), por modelos menores, entre 200 e 250 ml, cresceu até 15% do ano passado para cá. “As mulheres jovens, deslumbradas com próteses grandes, acabaram solicitando-as, mas o peso excessivo causa problemas de coluna e estrias, e muitas acabaram voltando para fazer a correção”, explica Prado Neto, presidente da SBCP.
A professora Thaisa Guariglia, 26 anos, colocou 395 ml de silicone em cada mama após emagrecer 23 quilos, em 2009. Em julho do ano passado, insatisfeita com a aparência dos seios, que para ela estavam caídos, e com um problema na prótese que lhe causava dores, ela reduziu o tamanho para 210 ml. “Fui com a cabeça de que trocaria a minha por uma prótese maior ainda, mas o médico explicou que, se eu colocasse, ia cair. Quando troquei, estranhei muito, fiquei chateada, mas, agora, estou adorando.”
A parte estética foi fundamental na decisão da consultora jurídica Eliana dos Santos, 56 anos. Ela conta que começou a achar a prótese de 300 ml colocada em 2001 desproporcional, e a troca por um modelo menor foi a solução encontrada.
“Troquei em 2012, porque não combinava mais comigo. Estou com uma de 220 ml e está muito mais natural e de acordo com o meu biotipo.” Com a nova prótese, precisou mudar os sutiãs, que passaram do tamanho 42 ou 44 para o 38.
Nora de Eliana, a analista de marketing Jacqueline Gomes Stefanelli, 28 anos, também está entre as mulheres que reduziram as mamas após aumentá-las. “Coloquei 300 ml em 2010. Assim que saí da cirurgia já vi que tinha ficado grande demais e não gostei.”
Nos três anos seguintes, ela conviveu com roupas que não serviam. “Nada ficava bom. Ficava largo na cintura e apertado no peito.” Também não estava confortável com a imagem do próprio corpo. “Ficou desproporcional. Eu sou magra e estava com o peito muito grande.” Até que veio a nova operação. “Agora, coloquei 240 ml. Fez muita diferença”, garante.
Tendência.
Diretor de uma clínica de cirurgia plástica, Eduardo Lange Hentschel diz que o novo perfil de mama é uma tendência crescente. “As mulheres estão se educando, e esse é um processo contínuo. As próteses menores são mais elegantes e naturais.” Ele também vê uma influência da procura pela durabilidade do resultado. “A lei da gravidade é implacável. Elas estão trocando as próteses porque o desejo de uma paciente é que o resultado perdure pelo máximo de tempo possível.” Segundo o cirurgião plástico Marcelo Olivan, a troca de próteses grandes por menores é algo que está ocorrendo em todo o mundo. “A procura tem aumentado e é uma tendência mundial.” Ele diz que a conversa entre médico e paciente não pode ser dispensada. “A paciente tem de estar ciente das possibilidades que existem, e o cirurgião tem de apresentá-las para ela não se arrepender”, afirma. (AE)