Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2016
Na área científica, 2016 possivelmente será lembrado como o ano do anúncio da detecção direta das ondas gravitacionais. O ano teve ainda a descoberta do exoplaneta habitável mais próximo de nós e a constatação de que Lucy, a Australopithecos mais famosa da história, morreu ao cair de uma árvore. Confira abaixo os cinco fatos científicos mais importantes de 2016.
1. Detecção das ondas gravitacionais.
Cem anos depois de previstas por Albert Einstein(1879-1955), em sua Teoria da Relatividade Geral, as ondas gravitacionais foram, enfim, detectadas. Em fevereiro, cientistas anunciaram que conseguiram captar essas minúsculas ondulações no espaço-tempo – aquilo que os físicos descrevem metaforicamente como o tecido do Universo, o ambiente dinâmico onde todos os acontecimentos transcorrem –, e a única parte da teoria que ainda não havia sido confirmada pela ciência. A confirmação do fenômeno é uma conquista histórica.
Para detectar diretamente essas ondas, foi necessária uma colaboração de mais de mil cientistas em universidades espalhadas pelos Estados Unidos e em outros 14 países – incluindo o Brasil. Para os especialistas, a detecção das ondas abre um tipo de “janela” para enxergar o universo, inaugurando uma nova forma de fazer astronomia.
2. Lucy morreu ao cair de uma árvore.
Lucy, a Australopithecos mais famosa da história, pode ter morrido ao cair de uma árvore, anunciaram cientistas em agosto. A equipe de pesquisadores estudou as faturas do ancestral humano e comparou-as com restos mortais de outros casos clínicos para descobrir como ela havia morrido.
Lucy viveu na África há 3,18 milhões de anos e era uma fêmea de pouco mais de um metro de estatura, que combinava traços humanos com características similares às do chimpanzé, e já caminhava ereta. Ela passava muito tempo em árvores, para repousar e escapar de predadores. Estudos sobre a vida e morte da fêmea podem trazer muitas informações sobre a evolução humana.
3. Novo planeta no Sistema Solar.
Segundo os cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA), há “boas evidências” da existência de um “Planeta Nove” no Sistema Solar. Conforme os pesquisadores, que anunciaram a hipótese em janeiro, esse novo planeta teria uma massa de cerca de 10 vezes a da Terra e levaria entre 10 mil e 20 mil anos para dar uma volta completa em torno do Sol. Sua localização estaria 20 vezes mais longe que Netuno, o oitavo planeta no Sistema Solar.
Ele jamais foi visto por qualquer telescópio – a possibilidade de sua existência foi feita com base em cálculos matemáticos e modelagem computadorizada. O novo membro também pode ser responsável por um fenômeno que, até o momento, era um mistério espacial: a inclinação de seis graus do Sistema Solar.
4. Descoberta de “Proxima b”.
Em agosto, cientistas anunciaram ter descoberto o planeta habitável fora do Sistema Solar mais próximo de nós. O exoplaneta “Proxima b”, orbita Proxima Centauri, a estrela mais perto do Sol, e tem condições de temperatura parecidas com as da Terra, o que pode permitir a existência de água líquida em sua superfície – essencial para o surgimento de vida. A 4,2 anos-luz de distância de nós, o novo planeta completa uma volta em torno de sua estrela a cada 11,2 dias terrestres.
5. O paradeiro do robô Philae.
Perdido em uma fenda escura, coberta por gelo e rochas do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Era lá que estava o robô Philae, segundo as imagens captadas pela sonda espacial Rosetta, em setembro 2016.
Ao tocar a superfície, no pouso histórico sobre o cometa, em 2014, Philae parou longe do ponto escolhido pelos cientistas. O imprevisto fez com que o robô ficasse perdido em uma zona com pouca exposição à luz solar, alimento de suas baterias, e parasse de enviar dados à Terra.