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Mundo As crianças filhas de imigrantes mantidas em prisão no Texas eram trancadas se chorassem e proibidas de brincar

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Crianças foram transferidas de Clint após denúncias de que local tinha higiene precária e falta de alimentos. (Foto: Reprodução)

Uma menina mantida por duas semanas em um centro para imigrantes em Clint, no Texas (EUA), com sua irmã disse que dormiam no chão e que crianças que choravam pelos pais eram trancadas, em depoimento a advogado obtido pela agência de notícias Associated Press.

No depoimento gravado em vídeo, a menina de 12 anos diz que ela e sua irmã de seis anos eram mal tratadas e não tinham autorização para brincar ou tomar banho. O rosto da criança não é visível na gravação por questões de privacidade.

O advogado Taylor Levy, baseado no Texas, disse que as duas crianças foram separadas da tia quando chegaram aos Estados Unidos, no dia 23 de maio. As crianças foram levadas para o centro do CBP (Serviço Alfandegário e de Proteção de Fronteira) em Clint. A tia também está detida. Todas são centro-americanas.

A mãe das meninas chegou aos EUA há quatro anos após fugir de violência doméstica, afirmou Levy à Associated Press. As crianças ficaram com a tia, que também decidiu fugir após o pai das meninas ameaçá-las.

No vídeo, a menina diz que recebeu para comer pudim, suco e um burrito — que ela não comeu porque tinha gosto muito ruim, afirma a AP.

Advogados que visitaram o centro de Clint no mês passado, quando as duas já haviam sido liberadas, disseram que as condições no local eram péssimas, com mais de 250 crianças tendo de cuidar umas das outras em meio a condições sanitárias e de alimentação inadequadas.

Após ativistas denunciarem abusos, o CBP levou repórteres para um tour no centro de Clint. Segundo relato do The New York Times, os jornalistas não puderam conversar com as crianças nem tiveram acesso a celas ou puderam gravar ou fazer fotos do local.

O comissário interino do CBP, John Sanders, pediu demissão e vai deixar o cargo no dia 5 de julho.

Levy afirmou ter ajudado a reunir as duas crianças com a mãe no dia 3 de maio, depois de autoridades do centro terem dito que as duas estavam frequentemente doentes.

“Foi uma reunificação incrivelmente difícil. As crianças estavam altamente traumatizadas”, afirmou Levy à AP.

Transferência

Centenas de crianças migrantes foram transferidas de um imundo posto da Patrulha de Fronteiras no Texas, onde passaram semanas detidas sem acesso a sabonete, roupas limpas ou alimentação adequada.

Algumas das crianças foram transferidas para um sistema de abrigos mantido pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos, enquanto outras foram enviadas a uma instalação temporária de tendas em El Paso, segundo Elizabeth Lopez-Sandoval, porta-voz da deputada democrata Veronica Escobar, do Texas.

Foi a congressista quem começou a examinar a instalação lotada em Clint, no Texas, na semana passada, depois de ouvir relatos sobre as condições no local. Na terça-feira (25), o jornal The New York Times publicou que mais de cem crianças foram levadas de volta para o abrigo.

A saída e o retorno do migrantes ocorreu dias depois de um grupo de advogados ter acesso ao posto em Clint e afirmar que havia crianças de oito anos cuidando de bebês, além de nenês sem fraldas e crianças que disseram acordar à noite porque sentiam fome. Depois que chegaram, em 17 de junho, e observaram as condições do local, os advogados começaram a fazer pressão para que as crianças fossem libertadas.

A Patrulha de Fronteiras estava enviando as crianças para Clint porque a agência enfrentava um grande fluxo de pessoas cruzando a fronteira e não tinha espaço suficiente para abrigá-las durante o período de processamento normal na divisa, de 72 horas.

As crianças foram separadas de membros adultos da família com quem tinham cruzado a fronteira ou eram filhas de mães adolescentes que também estavam detidas ali. Alguns menores estavam no local havia quase um mês.

Os advogados que visitaram a instalação, entrevistados primeiramente pela agência de notícias Associated Press e depois pelo The New York Times, disseram que as crianças não tinham acesso a banheiros privativos, sabonetes, escovas ou pastas de dentes. Muitas vestiam as mesmas roupas sujas com que tinham cruzado a fronteira semanas antes.

A superlotação generalizada nas instalações da Patrulha de Fronteiras foi documentada recentemente em relatórios do inspetor-geral do órgão, mas jornalistas e advogados tiveram pouco acesso às instalações cercadas.

Algumas crianças doentes ficaram em quarentena em Clint, e os advogados que viajaram para lá puderam falar com elas por telefone, mas não pessoalmente.

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