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Brasil As declarações dos políticos sobre a reforma da Previdência influenciam na oscilação da Bolsa de Valores. Entenda como isso ocorre

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O mercado de capitais está de olho nas tratativas sobre o projeto. (Foto: Reprodução)

Na semana passada, quando a reforma da Previdência voltou a ser o principal assunto do noticiário de Brasília, declarações de políticos sobre o tema influenciaram diretamente o sobe e desce na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

O índice sofreu fortes oscilações à medida que parlamentares e autoridades do governo davam a entender que a reforma ou poderia ser aprovada, ou ficava mais distante. Tudo começou com uma declaração do presidente Michel Temer na segunda-feira. Defensor da proposta, ele disse que, diante do cenário político, a reforma poderia não ser aprovada “em todo o conjunto”.

Na hora em que ele soltou essa frase, a Bovespa já havia encerrado o pregão. Mas no dia seguinte, registrou a sua maior queda desde maio. Diante do estrago, ministros, Temer e líderes da base no Congresso correram para manifestar publicamente que o governo continuava empenhado em aprovar as mudanças e que faria de tudo para que ela passasse no Congresso, mesmo num formato mais enxuto, o mais rápido possível.

Cronologia

Segunda-feira (6): a Bovespa fechou em alta de 0,53%. O mercado estava de olho nas negociações sobre a reforma, mas nenhuma das declarações marcantes da semana ainda havia sido proferida. O resultado positivo foi impulsionado por alta no preço de commodities.

Terça-feira (7): o dia amanheceu sob o efeito das frases do presidente. Havia um temor no mercado de que o governo estivesse começando a admitir que não conseguiria aprovar a reforma. O impacto foi sentido na Bolsa ao longo de todo o dia. A Bovespa caiu 2,55%, a maior queda para um dia desde 18 de maio, quando investidores viram ameaças à continuidade do governo Temer, após a delação dos donos da JBS/Friboi. Na ocasião, o índice recuou 8,80%.

Quarta-feira (8): além das declarações de Temer e do ministro Henrique Meirelles de que o governo continuava empenhado em aprovar a reforma, o Planalto intensificou as negociações em busca de um texto mais enxuto com maiores chances de ser aprovado. O índice teve a maior alta da semana, de 2,69%, e recuperou as perdas do dia anterior.

Quinta-feira (9): continuou a intensa oscilação na Bolsa. Depois da forte alta da véspera, a Bolsa teve queda de 1,93%. O resultado foi mais influenciado por fatores externos, apesar de o mercado ter mantido atenção nas articulações em torno da reforma da Previdência. Nesse dia, o governo realizou nova reunião, mas não houve notícia de avanços significativos.

Sexta-feira (10): de olho na Previdência, a Bolsa continuou em queda, com o tom de cautela predominando diante de receios em relação ao trâmite da reforma e ainda de olho na divulgação de balanços.

Reação

De acordo com o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, um dos motivos para as notícias em torno da reforma da Previdência causarem impacto na Bolsa é que o mercado tem a expectativa de que o projeto contribua com a queda de juros no longo prazo e torne mais atraente o investimento em empresas.

“Juros menores tornam mais atrativo investir em empresas. Porque a expectativa é que com juros menores a economia vai crescer e as empresas vão ganhar mais. Aí entra mais dinheiro na Bolsa”, afirmou Perfeito. “A reforma não só interfere positivamente nas contas públicas, mas é importante até para a “capacidade do governo de continuar sendo governo.”

O Brasil não registra superávit primário desde 2013. Isso quer dizer que gasta mais do que arrecada desde 2014 e as contas públicas estão no vermelho. Para este ano e o próximo, a meta fiscal é de déficit de R$ 159 bilhões. A reforma da Previdência é uma das medidas de ajuste fiscal do governo, que visa a colocar as contas públicas em dia no médio e longo prazo.

Se a reforma não sair, aumenta o risco de o Brasil ter sua nota de crédito rebaixada pelas agências de classificação de risco, que estão de olho no resultado fiscal do País. Quanto pior a nota de uma economia, mais caro é para as empresas conseguirem crédito. E isso influencia negativamente o valor de suas ações.

Outras pressões

O analista da Gradual ressaltou que o resultado da Bolsa não é influenciado apenas pela reforma da Previdência. Segundo ele, ao longo da semana também pesaram na Bovespa questões externas, como a crise política na Arábia Saudita, onde, no início da semana, foram ordenadas as prisões de dezenas de príncipes sob acusação de corrupção.

A instabilidade interfere nos preços do petróleo e nos negócios, por exemplo, da Petrobras, uma das maiores empresas da Bolsa. Além disso, as empresas estão em temporada de divulgação de resultados do terceiro trimestre. Os números que vêm acima ou abaixo da expectativa dos analistas mexem com as cotações das ações.

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