Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2015
Domésticas que falam inglês, francês e têm curso superior. O mercado de luxo de empregadas superqualificadas avança, contrariando a expectativa da maioria dos profissionais do setor, que teme pelo aumento do número de dispensas em função da ampliação de direitos da categoria.
A nova legislação – que garante FGTS, hora extra e adicional noturno a esses trabalhadores – elevará os custos dos patrões. Consultorias e agências de recrutamento identificaram, no entanto, um nicho de negócios promissor: o das famílias que querem pagar por um serviço classe A.
Psicólogas, enfermeiras, pedagogas e chefes de cozinha engrossam as fileiras dos que buscam uma oportunidade. A técnica de enfermagem Vânia Oliveira Pacheco, 38 anos, abandonou os hospitais e hoje trabalha na casa de uma família de franceses cuidando de um bebê. Ela fala inglês e francês, chegou a iniciar o curso de Economia, mas decidiu se dedicar à área de saúde e ao trabalho em casa de família.
Investimento na carreira.
Vânia não pensou duas vezes e fez um investimento na carreira para ser uma doméstica disputada. “Eu nunca fui tão bem remunerada e respeitada como sou agora. Falo duas línguas. A família quer que alguém converse com as crianças no idioma do país deles, para não perderem a fluência”, conta.
As consultorias e as agências que fazem seleção oferecem treinamento, por exemplo, para transformar uma cozinheira clássica em chef de cozinha. Também indicam babás dispostas a viajar para outros países, com fluência em idiomas, e utilizam conceitos de hotelaria para formar profissionais, além de promover quem tem experiência de gestão para trabalhar como governanta ou mordomo. Segundo as empresas especializadas em recrutamento e consultoria, a remuneração inicial média é de 1,3 mil reais. (AG)