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Mundo As filhas do brasileiro Carlos Ghosn dizem que a prisão do pai foi um ato contra a fusão entre a Nissan e a Renault

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Carlos Ghosn com suas filhas Nadine (E) e Caroline. (Foto: Acervo pessoal)

Os filhos de Carlos Ghosn, ex-presidente do conselho da Nissan, acreditam que as acusações sob suspeita de má conduta financeira contra ele são uma reação à possível fusão da montadora japonesa com a Renault. “Era a fusão que meu pai estava montando”, disse Caroline, 31, a mais velha dos quatro filhos do executivo. Ghosn está preso em Tóquio desde 19 de novembro. As informações são do jornal The New York Times.

Em 1999, a Renault investiu € 5 bilhões (R$22,05 bilhões) para obter o controle de 36% das ações da Nissan, que estava com sérios problemas financeiros. Atualmente, a marca francesa detém 43,4% das ações da parceira em uma aliança global que envolve também a Mitsubishi.

Caroline disse que chegou à sua conclusão após ver Hiroto Saikawa, presidente-executivo da Nissan, condenar seu pai durante uma entrevista coletiva televisionada. “Ele nem sequer tentou encobrir o fato de que a fusão tinha algo a ver com isso.”

Maya Ghosn, 26, concorda com sua irmã. “Minha reação instintiva foi que esse fato [o temor por uma posição fusão] tornou-se algo maior do que as acusações contra meu pai.”

A investigação interna da Nissan sobre o que chama de “evidência substancial e convincente de má conduta” assumiu dimensões globais, incluindo diligência em um apartamento no Rio de Janeiro.

“Nossa própria investigação está em andamento e seu escopo continua a aumentar”, disse a empresa por meio de um comunicado nesta sexta-feira (28), sugerindo que os problemas legais de Ghosn poderiam se aprofundar. Sua família afirma que ele é inocente. Nicholas Maxfield, porta-voz da Nissan, disse que as alegações das filhas de Ghosn são infundadas.

“A família nunca teria tido qualquer razão para estar a par das discussões relacionadas ao futuro da Nissan e da aliança”, disse Maxfield. “A causa dessa cadeia de eventos é a má conduta liderada por Ghosn e Kelly.”

Greg Kelly, que era membro do conselho da Nissan, também foi indiciado e preso sob suspeita de má conduta financeira. Ele foi solto nesta terça (25) após pagar fiança  de 70 milhões de ienes (R$ 2,8 milhões) em dinheiro, segundo a Justiça.

Após o pai ser preso, Maya Ghosn acreditou que ele seria liberado em pouco tempo. “Naquela primeira noite, pensei que meu pai voltaria em 24 horas. Nos EUA, você fica detido por um curto período.” Caroline, Maya e outra filha de Carlos Ghosn, Nadine, 29, moram nos Estados Unidos. O caçula Anthony, 24, vive na Inglaterra.

“Nosso pai estabeleceu uma rotina para estar totalmente presente e criou rituais quase monásticos que fizeram seus filhos se sentirem seguros e normais”, disse Caroline.

Os filhos de Ghosn esperavam vê-lo solto antes das férias. Em 20 de dezembro, um tribunal japonês rejeitou o pedido dos procuradores para prorrogar a detenção do ex-executivo da Nissan, e sua família se preparou para pagar a fiança.

Horas depois, as autoridades japonesas acusaram Ghosn de ter transferido US$ 16 milhões (R$ 62 milhões) em perdas pessoais ocorridas durante a crise financeira de 2008 para o balanço da montadora japonesa.

Sob a lei do Japão, Ghosn pode interagir com seus advogados, mas seus filhos não conseguem se comunicar com ele. “Nunca passamos tanto tempo sem ouvir a voz do meu pai”, disse Maya.

Antes de ser preso, Carlos Ghosn demonstrava sinais de cansado. Aos 64 anos, o então presidente de um império automotivo tinha crises de insônia e ligava para seus filhos no meio da noite. Ele planejava se aposentar em breve.

O executivo iria a Tóquio para reuniões de trabalho. Sua filha Maya estava lá também, iriam se encontrar no jantar. Contudo, naquele 19 de novembro, os promotores japoneses cercaram o avião de Ghosn após a sua chegada e o prenderam.

Maya e seu namorado, Patrick, estavam no apartamento funcional de Ghosn quando souberam da prisão.

Minutos após lerem a notícia, a campainha tocou: eram dois japoneses de terno preto que mostraram uma breve nota escrita em inglês. “Há uma investigação contra seu pai. O juiz de Tóquio nos garantiu o acesso a casa. Nós precisamos de uma testemunha. Obrigado por colaborar.”

Quinze homens, também de terno, entraram em seguida. Eles trancaram a porta da frente e disseram à Maya que eram promotores. Em seguida, começaram a vasculhar o imóvel.

“Eu estava tremendo por dentro, não conseguia ficar de pé. Tive que me apoiar na parede”, disse Maya. Seis horas e meia depois, às 23h30, os homens foram embora.

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