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Por Redação O Sul | 26 de junho de 2020
As importações chinesas de soja do principal fornecedor, o Brasil, atingiram em maio o nível mais alto em dois anos, de acordo com dados alfandegários divulgados nesta sexta-feira (26), com a China demonstrando grande apetite por uma safra brasileira recorde neste ano.
O país asiático, o maior importador mundial de soja, comprou 8,86 milhões de toneladas de soja brasileira no mês passado, o maior volume desde maio de 2018 e 41% a mais do que as 6,3 milhões de toneladas compradas no mesmo período de 2019, mostraram dados da Administração Geral das Alfândegas.
As importações do produto do Brasil também cresceram 49% na comparação com abril.
Já as compras chinesas de soja dos Estados Unidos somaram 491.697 toneladas em maio, queda de quase 50% em relação a maio de 2019 e a menor contagem mensal desde janeiro do ano passado.
As chuvas atrasaram os embarques de soja do Brasil no final de fevereiro, o que afetou gravemente as chegadas em março e abril na China.
À medida que o tempo melhorou, os embarques aumentaram gradualmente e agora provavelmente atingiram na China o pico para o fornecedor sul-americano.
Em abril, as exportações do Brasil para todos os destinos atingiram um volume recorde de 16,3 milhões de toneladas de soja, segundo dados do governo brasileiro, que apontaram embarques de outras 15,5 milhões de toneladas em mai
Agora, espera-se que a China volte-se aos Estados Unidos, à medida que os chineses tentam cumprir seu acordo de impulsionar as compras agrícolas sob o pacto comercial da fase 1 com os americanos – Pequim repetiu seu compromisso durante conversas no Havaí na semana passada.
O período de pico para remessas dos EUA para a China ocorre tradicionalmente durante os últimos quatro meses do ano civil, e a China historicamente conclui mais de 40% de suas compras de um ano inteiro dos Estados Unidos durante essa janela.
Exportações do agronegócio
Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, as exportações do agronegócio brasileiro tiveram recorde no acumulado de janeiro a maio de 2020 e fecharam em US$ 42 bilhões, o maior valor já registrado para os primeiros cinco meses do ano. O resultado representa uma alta de 7,9% em relação ao mesmo período de 2019, segundo dados do Ministério da Economia compilados pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e divulgados no último dia 22.
Segundo a CNA, também houve recordes nas vendas externas do agro em volume de janeiro a maio, que totalizaram 86,8 milhões de toneladas, 15,3% a mais que no mesmo período do ano passado, e no superávit comercial, diferença entre as exportações e as importações, que foi de US$ 36,6 bilhões, superando o recorde anterior observado nos cinco primeiros meses de 2018.
Os principais produtos exportados de janeiro a maio foram a soja em grãos (US$ 16,3 bilhões), a carne bovina in natura (US$ 2,8 bilhões), a celulose (US$ 2,6 bilhões), a carne de frango in natura (US$ 2,6 bilhões) e o farelo de soja (US$ 2,3 bilhões). Estes cinco produtos responderam por 63,4% da pauta exportadora do agro brasileiro no período.
A China foi o principal importador do Brasil, sendo destino de 39,3% dos embarques dos produtos do agro. A receita gerada com as exportações para o país asiático foi de US$ 16,5 bilhões no período. Em seguida vieram a União Europeia, para onde foram 16,4% das vendas externas brasileiras, Estados Unidos (6%), Turquia (2,1%) e Japão (2%). As informações são da agência de notícias Reuters e da CNA.