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Por Redação O Sul | 17 de abril de 2019
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse nesta terça-feira (16) que dentro da sua “concepção cristã” a mulher deve ser submissa ao homem no casamento. Damares deu a declaração durante audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres na Câmara dos Deputados.
Ela foi questionada pela deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) sobre se a mulher deveria ser submissa ao homem. Damares, então, afirmou que, dentro da doutrina cristã, o homem é o líder do casamento.
“Dentro da doutrina cristã, sim. Dentro da doutrina cristã, lá dentro da igreja, nós entendemos que um casamento entre homem e mulher, o homem é o líder do casamento. Então, essa é uma percepção lá dentro da minha igreja, dentro da minha fé”, declarou Damares.
A ministra disse que isso não significa que todas as mulheres devem ser submissas e “abaixar a cabeça para o patrão, para o agressor e para os homens que estão aí”.
“Mas dentro da minha concepção cristã, a mulher, sim, no casamento é submissa ao homem e isso é uma questão de fé”, disse a ministra. “Isso não me faz menos capaz de dirigir esse ministério. Não me faz mais incompetente. É uma questão de fé lá dentro do meu segmento”, complementou.
Posse de armas
Durante os debates na comissão, a ministra foi perguntada também sobre a possibilidade de aumentar o número de feminicídios com o decreto de Jair Bolsonaro que flexibilizou a posse de armas.
A ministra tergiversou e não respondeu. Damares afirmou que gostaria de deixar suas “intenções pessoais sobre desarmamento para um segundo momento”.
“O que nós podemos fazer é um debate bem técnico sobre o impacto disso na violência contra a mulher. Não dá para dizer ainda se impactou. É tudo uma expectativa de que pode aumentar. Mas o homem mata com dentes, com mão, com pau. A violência contra a mulher se configura de diversas formas”, disse a ministra.
Aborto
A ministra reforçou a sua posição contrária ao aborto, mas afirmou que a sua opinião não vai nortear as políticas do ministério. “Tenho tantas coisas para fazer naquele mistério que o tema aborto eu não vou fazer essa discussão. É discussão do Parlamento e agora do Judiciário”, declarou.
Para Damares, um país sem estupro levaria à queda no número de abortos. “Quero um Brasil sem estupro, porque se não tivermos estupro, não vamos ter mulher lá no serviço de saúde pedindo para fazer o aborto”, disse.