Quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de novembro de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Ferrovias inativas
A Assembleia Legislativa instalou nessa terça-feira (18) a Comissão Especial para tratar da malha ferroviária inativa do RS, sob a presidência do deputado Tiago Cadó (PDT). Ao longo de até 120 dias de funcionamento, o colegiado terá seus trabalhos norteados por três eixos principais, que visam apurar a questão logística em função do impacto da desativação das ferrovias na malha rodoviária, a questão social que derivou do abandono de trechos e resultou em ocupações urbanas em algumas áreas e, por fim, a projeção de futuro para os 1,5 mil quilômetros de ferrovias no Estado.
Cadó destaca que o abandono da malha ferroviária do RS após as privatizações na década de 1990 agravou o fluxo nas rodovias gaúchas, além de contribuir com a deterioração dos trechos pavimentados. Composta por 12 parlamentares, a comissão pretende promover diálogos com o setor produtivo, municípios, governos estadual e federal para avaliar a situação do setor.
Saúde negra
Em votação unânime, o plenário da Assembleia gaúcha aprovou nessa terça-feira o projeto da deputada estadual Bruna Rodrigues (PCdoB) que institui a Política Estadual de Saúde Integral da População Negra no RS. A nova política pública, enviada para sanção, prioriza a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços de saúde do Estado.
O texto também enfatiza a universalidade do acesso, garantindo atendimento em todos os níveis de assistência sem preconceitos ou privilégios, a integralidade da atenção com ações preventivas e curativas contínuas, a igualdade no atendimento e o combate às iniquidades étnicas, socioeconômicas e culturais.
Bruna destaca que a população negra está entre as mais afetadas por complicações que poderiam ser evitadas com acesso adequado ao SUS, enfrentando desigualdades reconhecidas pelo Ministério da Saúde como resultado direto do racismo estrutural e institucional.
Paralisação do Multipalco
Líder do PT na Câmara de Porto Alegre, a vereadora Natasha Ferreira encaminhou ao governador Eduardo Leite um pedido de informações questionando a ameaça de paralisação do Multipalco em 2026, no Theatro São Pedro. A iniciativa ocorre após a Fundação Theatro São Pedro anunciar a suspensão de contratos devido à carência de pessoal e à estagnação do plano de cargos e carreiras.
No documento, a parlamentar alerta que o possível fechamento do equipamento cultural contraria a Constituição Federal e cobra dados detalhados sobre o déficit de servidores efetivos e temporários. Natasha solicita ainda um cronograma para a realização de concursos públicos e o envio de projeto de lei à Assembleia Legislativa para a recomposição do quadro funcional.
Em meio à repercussão do caso, secretários do governo gaúcho anunciaram nessa terça-feira a criação de um grupo de trabalho para buscar soluções para a crise no espaço cultural.
Fixação de goleiras
O plenário do Parlamento gaúcho aprovou por unanimidade, nessa terça-feira, o projeto do deputado Rodrigo Lorenzoni (PP) que determina a fixação no solo das bases de goleiras nos espaços públicos e privados do RS. Motivada pela morte de uma menina em 2022, vítima da queda de uma estrutura móvel, a medida visa assegurar um ambiente seguro para a prática esportiva, evitando travas soltas, responsáveis por grande parte de episódios deste tipo.
Segundo Lorenzoni, a medida deve estabelecer regras claras e possibilitar futura fiscalização mais efetiva. O texto segue para sanção do Executivo. “Tragédias como a que vitimou Marina não podem se repetir. O Estado precisa agir onde a prevenção é possível e necessária”, destaca o deputado.
Repúdio à censura
Parlamentares brasileiros em missão oficial em Genebra reuniram-se nessa terça-feira com o embaixador Tovar da Silva Nunes, na Delegação Permanente do Brasil na ONU, para registrar repúdio ao que consideram censura da organização da 11ª Conferência das Partes (COP11) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, após serem barrados como observadores e a imprensa brasileira ser retirada.
Eles solicitaram reuniões prévias antes de cada votação da CONICQ, visando transparência, alinhamento institucional e proteção dos interesses nacionais. Tovar pediu desculpas pelo constrangimento, explicou que a decisão cabe ao governo federal via Itamaraty e se comprometeu a organizar encontros técnicos com os parlamentares antes das votações desta quarta (19) e quinta-feira (20).
O deputado estadual Marcus Vinícius (PP) lembrou que, desde outubro, o Legislativo requisitou ao Itamaraty a inclusão dos parlamentares sem obter resposta, e lamentou a ausência de comunicação formal de indeferimento. Ao final do encontro, a comitiva sinalizou que seguirá apresentando contrapontos técnicos e defendendo que decisões internacionais observem o princípio democrático, o contraditório e o interesse público nacional. (Por Bruno Laux – @obrunolaux)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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