Sábado, 13 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2025
ARCA acusa entidade e presidente Chiqui Tapia de reter R$ 28,5 milhões em tributos.
Foto: Divulgação/AFAA crise institucional que atinge a Associação do Futebol Argentino (AFA) ganhou um novo capítulo nesta sexta‑feira (12). A Agência de Arrecadação de Impostos e Controle Aduaneiro da Argentina (ARCA) apresentou uma denúncia formal contra a entidade e seu presidente, Claudio “Chiqui” Tapia, por suposta apropriação indevida de 7,5 bilhões de pesos, cerca de R$ 28,5 milhões, em impostos e contribuições previdenciárias.
A revelação foi feita pelo jornal local La Nación e encaminhada ao Tribunal Penal Econômico Federal, que identificou atrasos significativos no repasse de tributos obrigatórios. Segundo as autoridades, a AFA teria retido valores descontados de terceiros e deixado de transferi‑los ao Tesouro Nacional, utilizando os recursos para financiar suas próprias atividades. Em alguns casos, os atrasos ultrapassariam 300 dias.
Para a ARCA, a conduta configura uso irregular de recursos públicos, já que os valores retidos não pertencem à entidade. A agência pediu a abertura de investigação formal e a intimação de dirigentes na condição de suspeitos — incluindo o próprio Tapia.
A denúncia se soma a outras frentes de apuração que já tramitam na Justiça argentina, envolvendo possíveis crimes como:
* lavagem de dinheiro;
* enriquecimento ilícito;
* sonegação fiscal;
* fraude administrativa.
O acúmulo de acusações aumenta o risco de intervenção política na AFA, cenário que preocupa a Fifa. Pelas regras da entidade, interferências governamentais podem resultar em sanções severas, inclusive a suspensão da federação — o que colocaria em risco a participação da atual campeã mundial na Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos, Canadá e México.
No mesmo dia da denúncia fiscal, uma operação policial na região metropolitana de Buenos Aires apreendeu 52 veículos de luxo supostamente ligados a dirigentes da AFA. Entre os bens confiscados estão carros esportivos, caminhonetes e modelos considerados de coleção.
As ações incluíram ainda diligências em mais de 15 casas noturnas e em um escritório localizado no centro da capital argentina, ampliando a pressão sobre a cúpula da entidade.