Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2020
Após a confirmação do novo mapa do sistema de distanciamento controlado no Rio Grande do Sul, a Amesne (Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste) manifestou publicamente o seu descontentamento em relação à manutenção da Serra Gaúcha sob bandeira vermelha (alto risco de contágio por coronavírus), com uma série de restrições às atividades. A avaliação é de que houve insensibilidade.
“Apesar de demonstrar, através do estudo levantado pelo Observatório Regional de Saúde, que a região da Serra possui condições de permanecer em bandeira laranja, o governo do Estado não foi sensível ao pedido de reconsideração enviado no sábado pela Amesne”, lamentou o presidente da entidade e prefeito de Cotiporã, José Carlos Breda.
Ainda segundo ele, a configuração definida pela nova rodada do modelo (que entrou em vigor nesta terça-feira e tem validade pelo menos até a segunda-feira da semana que vem, 20 de julho) “não reconhece o esforço que está sendo feito pelas autoridades da Região”.
Em texto publicado no site oficial da Amesne, Breda acrescentou que o Palácio Piratini será alertado sobre a suposta falta de efetividade do distanciamento controlado, “já que não reflete a realidade de cada Região”. Todos os prefeitos vinculados à entidade, porém, garantem que cumprirão as normas, mesmo sem concordar com todas.
Como ficou
O mapa definitivo do distanciamento controlado para os próximos dias foi apresentado pelo governador Eduardo Leite na segunda-feira (13), três dias após divulgar a configuração preliminar, a fim de dar tempo para que prefeituras e entidades apresentassem questionamentos (foram 63 recursos, a maioria negados). As medidas passam a vigorar nesta terça-feira (14).
Após a revisão do governo, cinco regiões retornaram para a bandeira laranja: Santo Ângelo, Cruz Alta, Santa Rosa, Erechim e Santa Cruz do Sul. Assim, cai de 15 para 10 o número de regiões do Estado na bandeira vermelha, que somam 286 municípios, o que corresponde a 73% da população gaúcha (8.270.737 habitantes).
Dessas 286 cidades, 149 não tiveram registro de hospitalização e óbito por Covid-19 de morador nos 14 dias anteriores ao levantamento – equivalente a 8,4% da população gaúcha (948.002 habitantes).
As regiões de Cachoeira do Sul, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Palmeira das Missões, Passo Fundo e Taquara tiveram os pedidos de reconsideração indeferidos por apresentarem um quadro mais grave nos indicadores de propagação de coronavírus e capacidade de atendimento em saúde. Com isso, ficarão com bandeira vermelha nesta rodada. Porto Alegre, Canoas, Capão da Canoa e Pelotas, já haviam sido classificadas com alto risco na semana anterior e não poderiam ter regressão na bandeira.
O município de Pelotas encaminhou pedido para uma reavaliação desse critério e teve o recurso acolhido. Assim, a região que apresentar melhorias consistentes poderá ter a reconsideração da trava de segurança, em casos especiais, sem a necessidade de permanecer automaticamente na cor vermelha. A alteração valerá a partir da próxima semana.
Leita também anunciou uma mudança no protocolo, permitindo o formato take away e drive-thru para comércio não essencial, além do e-commerce, na bandeira vermelha.
Ao responder questionamentos da imprensa, ele ainda falou sobre a possibilidade de o Rio Grande do Sul adotar lockdown, algo que vem sendo requisitado e rejeitado por diferentes setores, pelos mais variados motivos: “Só partimos para medidas mais drásticas quando isso se apresentar como inevitável, mas não deixamos ou deixaremos de tomá-las quando se fizerem necessárias”.
(Marcello Campos)
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