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Por Redação O Sul | 11 de maio de 2015
Um quarteto de cientistas europeus fez a primeira possível detecção de vulcanismo em um planeta fora do Sistema Solar. Trata-se de um mundo da classe das superterras – provavelmente rochoso como o nosso, mas ligeiramente maior. É um ambiente infernal, que faz lugares como Vênus parecerem colônias de férias.
Essa é mais uma daquelas pesquisas que dá o tom do que podemos esperar nos próximos anos no estudo dos exoplanetas. A descoberta foi feita com o telescópio espacial Spitzer, da Nasa, plataforma dedicada a realizar observações em infravermelho. Os astrônomos estavam especialmente interessados no sistema planetário da estrela 55 Cancri.
Ela é uma anã amarela, como o Sol, a meros 40 anos-luz de distância, na constelação de Câncer. São cinco planetas conhecidos. O mais interno, “55 Cancri e”, é o único deles que passa periodicamente à frente de sua estrela-mãe. Os trânsitos periódicos à frente da estrela permitiram estimar seu tamanho: o planeta tem cerca de duas vezes o diâmetro da Terra. Sua massa foi revelada pela detecção do suave bamboleio gravitacional que ele provoca em sua estrela-mãe conforme gira em torno dela. Tem aproximadamente oito vezes a massa terrestre.
O mais interessante, contudo, foi detectar uma incrível variação de temperatura em apenas dois anos, estimada pelo nível de radiação infravermelha vinda do planeta e detectada pelo Spitzer. Entre 2012 e 2013, o lado diurno de “55 Cancri e” parece ter ido de 1.000 graus Celsius para 2.700 graus Celsius. (Folhapress)