Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2019
Os ataques a caixas eletrônicos em todo o Brasil tiveram uma queda de 43% de janeiro a maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Para o diretor-adjunto de Operações da Febraban, Walter Faria, parte da queda é decorrente da instalação de dispositivos que mancham de tinta as cédulas quando os caixas são arrombados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da Febraban.
As ações dos órgãos de segurança estaduais e federais, e do Exército também contribuíram para a redução, segundo ele. Os dispositivos com tinta colorida já foram instalados pelos bancos em 75,6% dos caixas, até maio, em cidades com até 50 mil habitantes. Nas cidades com população entre 50 mil e 500 mil, 30% dos terminais já têm a tecnologia.
A medida faz parte do compromisso dos bancos de combater esse tipo de crime e se adequar à lei 13.654, de abril de 2018, que alterou o Código Penal para reprimir principalmente o uso de explosivos nos ataques. Conforme a legislação, para municípios com até 50 mil habitantes, os bancos teriam até novembro deste ano para instalar a tecnologia da tinta em 50% dos terminais eletrônicos e até agosto de 2020 para atingir 100% dos caixas. Atualmente, o parque de caixas eletrônicos no país é de 168 mil unidades.
Em cidades maiores, o prazo vai até abril de 2021. Conforme a Febraban, a instalação do dispositivo prioriza as regiões com maior incidência de ataques. Segundo Faria, os bancos optaram pela tinta especial, a mesma usada pela Casa da Moeda para a fabricação das cédulas – produto indelével, impossível de eliminar. Faria explica que no caso de recebimento de cédula manchada, mesmo que em pequena quantidade, o cliente deve entregar o dinheiro para seu banco.
“O sistema financeiro está priorizando a instalação de tinta especial nos ATMs em locais onde ocorrem as maiores incidências de ataques a caixas eletrônicos, para trazer a segurança necessária a estas cidades e sua população”, afirmou Pedro Oscar Viotto, diretor setorial de Segurança Bancária da Febraban, durante a audiência pública na Câmara dos Deputados. “Nossa expectativa é ter a tecnologia do entintamento instalada em todo o parque de ATMs do país antes mesmo do prazo final.”
Assaltos
Um levantamento com 17 instituições financeiras que respondem por mais de 90% do mercado bancário mostrou que, em 2018, foram realizados 171 assaltos e tentativas a agências. O total é 21% menor que o registrado em 2017 (217), quase a metade de 2016 (339) e um décimo do registrado em 2000, quando houve 1.903 ocorrências. Conforme a Febraban, a queda nos índices também se deve às ações da polícia no desbaratamento de quadrilhas e ao trabalho de inteligência para identificar os grupos criminosos.
A redução no volume de dinheiro disponível nas agências, por causa do uso de canais eletrônicos para operações bancárias, também teve influência. Os bancos investem cerca de R$ 9 bilhões anualmente na segurança das agências.