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Mundo Atas falsificadas e número inflado de eleitores; OEA relata indícios de fraude encontrados nas eleições da Bolívia

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Evo renunciou ao cargo e conseguiu asilo no México. (Foto: Reprodução/Twitter)

Horas antes de renunciar, no domingo (10), Evo Morales aceitou convocar novas eleições na Bolívia após um relatório da OEA (Organização dos Estados Americanos) apontar uma série de irregularidades no pleito ocorrido em outubro. Entre elas, atas falsificadas e número inflado de eleitores.

A votação deu vitória ainda no primeiro turno a Evo, que seguiria com um quarto mandato. Porém, pressionado por oposição e militares, ele renunciou ao cargo e conseguiu asilo no México.

A Comissão Permanente da OEA recebeu nesta terça-feira (12) um informe sobre o relatório. Entre as irregularidades apontadas pelos auditores estão: falsificação das atas das seções eleitorais, pelas quais eram feitas as contagens dos votos; número inflado de eleitores bolivianos na Argentina, onde Evo venceu com larga margem; manipulação do sistema que transmite a apuração dos votos para alterar o resultado final; improbabilidade estatística de que Evo tenha vencido Mesa com diferença superior a 10% – condição para que o então presidente se reelegesse no primeiro turno.

Atas

Peritos da OEA analisaram a caligrafia dos dados de 333 atas – documento usado para a contagem de votos das seções eleitorais. Os locais escolhidos para auditoria foram aqueles em que o Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales, obteve 99% dos votos.

Dessas atas, 78 delas – ou seja, 23% – apresentavam irregularidades como: todas as atas de um mesmo centro foram preenchidas pela mesma pessoa, algo impraticável dentro das normas locais; a mesma pessoa que preenchia as atas era representante do MAS, partido de Evo; em locais onde Evo venceu com 100%, não havia sequer um “zero” nos campos dos outros candidatos; a taxa de participação chegou a 100% em algumas seções – algo praticamente impossível segundo a OEA.

Os auditores da OEA advertiram que o número de irregularidades nas atas pode ser ainda maior, uma vez que documentos dos departamentos de Potosí, Chuquisaca e Santa Cruz foram incendiados.

Número de eleitores inflado

Os auditores também identificaram inconsistência no número de votos de 38,07% das atas eleitorais de bolivianos na Argentina – um dos países onde eleitores da Bolívia puderam votar. Segundo o relatório, havia mais votos nessas seções do que o número de cidadãos inscritos.

O resultado é relevante porque os votos de bolivianos residentes no exterior garantiram a eleição de Evo Morales segundo a apuração oficial. Na Argentina, o então presidente obteve 83% dos votos – no Brasil, ele obteve 71%.

Se fosse considerado apenas os votos dos bolivianos dentro da Bolívia, Evo não teria obtido a diferença de 10% necessárias para vencer o segundo colocado, Carlos Mesa, ainda no primeiro turno – o que forçaria uma segunda rodada de votação entre os dois mais bem votados.

Apuração manipulada

As suspeitas sobre a apuração começaram quando o sistema que transmite os resultados foi subitamente interrompido. A auditoria da OEA apontou uma série de falhas que indica manipulação dos dados.

De acordo com a organização, o fluxo das atas apuradas chegou ao servidor principal por duas vias fora do controle da empresa auditora das eleições bolivianas. Outra irregularidade apontada foram os usos de bases de dados desatualizadas.

Além disso, os organizadores do pleito não preservaram os dados das imagens recebidas pelos telefones celulares – consideradas essenciais para provar a lisura do processo eleitoral na Bolívia.

Improbabilidade estatística

O documento da OEA também afirma ser improvável o resultado da apuração das últimas atas, que representavam 5% do total. Nesse percentual, Evo venceu com 60,5% dos votos, enquanto Mesa não passou de 23,8%.

Segundo a auditoria da OEA, isso significaria um salto de 15% na votação de Evo – algo que a auditoria considerou “improvável”. As informações são do portal G1.

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