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Mundo Atentado contra Trump reformula campanha às vésperas de convenção republicana

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Donald Trump se recusou a reconhecer a derrota na eleição de 2020 para Joe Biden. (Foto: Reprodução)

A tentativa de assassinato de Donald Trump durante um comício na Pensilvânia reformulará a campanha presidencial americana, às vésperas da Convenção Republicana, que até sábado (13) tinha os ingredientes para ser morna e sem surpresas. O ex-presidente deixou o púlpito ensanguentado, mas altivo, com o punho cerrado erguido, dando socos no ar e a ordem de comando aos seguidores: “lute, lute, lute”.

As imagens caóticas do comício de Butler produziram um raro momento de união e condenação nacional, dissipado rapidamente por críticas de republicanos aos democratas e a tese de que a demonização do ex-presidente criou a atmosfera para a violência política. Seus partidários se apressaram a replicar a narrativa da perseguição a Trump, atribuindo a responsabilidade do atentado ao presidente americano.

“A premissa central da campanha de Biden é que o presidente Donald Trump é um fascista autoritário que deve ser parado a todo custo. Essa retórica levou diretamente à tentativa de assassinato de Trump”, argumentou em suas redes sociais o senador JD Vance, de Ohio, um dos cotados para ser o vice-presidente na chapa republicana.

Sobrevivente

Trump deverá chegar à convenção revigorado pela aura de sobrevivente de um ataque a tiros que poderia ter sido letal. Este momento mártir-herói, que contrasta fortemente com a imagem desgastada de Biden diante de seu partido, deverá turbinar a campanha republicana. Ajudará a reforçar o ponto central da retórica de Trump — o de que é vítima de uma caça às bruxas, permeada por uma condenação na Justiça e outros três processos judiciais.

A campanha de Biden, que enfrenta dúvidas sobre a liderança do candidato, retirou anúncios contra Trump de todas as plataformas e recomendou a seu staff que evitasse declarações sobre o incidente. Mas dificilmente a tentativa de assassinato do candidato republicano trará mais civilidade à campanha, como apelaram ex-presidentes americanos e outros expoentes da política nacional, e baixará o tom das acusações.

A polarização deverá ser acirrada, com vantagem para o republicano, e as teorias de conspiração, por sua vez, serão reverberadas nas redes sociais. Ironicamente, o choque das imagens produzidas pelo atentado ajuda a desviar, ao menos por enquanto, o foco da saúde de Biden e de sua capacidade de levar adiante a candidatura democrata, que dominou a campanha eleitoral nas últimas duas semanas. As informações são do G1.

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