Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 3 de fevereiro de 2018
Pelo menos seis pessoas ficaram feridas neste sábado (3) por disparos realizados a partir de um carro esportivo que circulava pela localidade de Macerata, centro da Itália. O prefeito de Macerata, Romano Carancini, disse que um dos feridos corre risco de vida e confirmou que todas as vítimas do ataque são negras.
Um suspeito de disparar os tiros foi preso. Segundo a Associated Press, ele tem 28 anos, é italiano e não tem histórico criminal. Ele foi identificado como Luca Traini e teria confessado o crime. Um vídeo divulgado pelo jornal local “Resto di Carlino” mostra um homem com uma bandeira italiana nos ombros sendo preso por policiais armados.
De acordo com a agência de notícias France Presse, ele parou o carro em frente à escaria do monumento aos mortos da cidade, fez a saudação nazista e gritou “Viva a Itália!” depois de sair do carro. Ainda segundo a agência, Traini foi candidato da Liga do Norte, partido de ultradireita, antimigração e antieuropeu, nas eleições administrativas em uma localidade da região.
O ataque ocorreu poucos dias depois que a jovem Pamela Mastropietro, de 18 anos, foi morta. Seu corpo foi encontrado na última quarta-feira (1) em duas malas. Um imigrante nigeriano foi preso sob suspeita de ter cometido o crime. De acordo com o prefeito da cidade, embora não haja a certeza de uma conexão entre os dois incidentes “a proximidade dos dois eventos faz com que imaginemos que há uma ligação”.
A polícia pediu que os moradores de Macerata permaneçam em suas casas e que estudantes fiquem nas escolas – que funcionam aos sábados. O incidente antecede também a campanha para a eleição nacional de 4 de março, com uma aliança de centro-direita que lidera as pesquisas promovendo um programa ferozmente anti-migrante.
Reação
O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, condenou o ataque e afirmou que “o ódio e a violência não conseguirão dividir” a sociedade. “Os crimes cruéis e os comportamentos criminosos serão perseguidos e castigados. Esta é a lei. Isso é o Estado”, disse ele, em uma breve declaração no Palácio Chigi, a sede do governo.
“Confio no sentido de responsabilidade de todas as forças políticas. Os comportamentos criminosos não podem ter motivação ideológica. Criminosos são criminosos”, apontou. Na tarde deste sábado, o ministro do Interior, Marco Minniti, se reuniu com o Comitê de Segurança e Ordem Pública.