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Futebol Atitudes de Pogba e Cristiano Ronaldo acendem debate sobre marketing no esporte

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Aos 37 anos e com um alto salário, CR7 se deparou com portas fechadas no Bayern de Munique, Paris Saint-Germain e Chelsea. (Foto: Reprodução)

Entrevistas coletivas pós- jogo são vistas como pontes entre clubes, seleções e jogadores e um público sedento por informação da partida. Há tempos, porém, o aspecto comercial tem tanta relevância quanto o que atletas têm a dizer depois de uma vitória ou derrota. Os episódios envolvendo Cristiano Ronaldo e Pogba são uma amostra disso. Não foram as declarações dos dois jogadores a respeito de suas atuações nos triunfos de Portugal e França que correram o mundo, mas as atitudes em relação aos produtos de dois grandes patrocinadores da Eurocopa. O português conclamou todos a beberem água e tirou as garrafas da Coca-Cola da frente; o francês, sem falar nada, retirou a cerveja Heineken (zero álcool) da mesa.

Por motivos diferentes, o atacante português e o meia francês – que é muçulmano, religião que proíbe o consumo de álcool –, trouxeram à tona questões como o uso da imagem dos atletas nos grandes eventos e os conflitos de interesses entre patrocínios e posições de cunho pessoal ou religioso em uma época em que cada vez mais os atletas não têm se limitado a questões técnicas e táticas e têm se posicionado perante a sociedade.

Tido como um atleta exemplar, Cristiano Ronaldo é conhecido pelo rigor na dieta, que não permite o consumo de sucos de frutas no café da manhã ou vinho no jantar. O atacante já havia revelado preocupação com refrigerantes em outra ocasião em relação ao filho, que treina par ser jogador, mas “bebe muita Coca-Cola”, segundo o craque.

Especialistas da área jurídica e de marketing esportivo apontam que cada contrato de trabalho e patrocínio já deve possuir cláusulas específicas sobre a conduta dos jogadores.

“Os próprios atletas já sinalizam antecipadamente suas objeções, mas vale sempre a atenção de conhecer a fundo os limites de cada exposição com a experiência de saber a força negativa ou positiva que uma ação de marketing pode proporcionar”, pondera Renê Salviano, especialista em negócios do esporte.

Justamente para fazer uso da imagem de todos os envolvidos no evento – principalmente os grandes astros –, os organizadores preveem nos regulamentos a obrigatoriedade da presença de técnicos e jogadores antes e após as partidas. Mas cada ponto, segundo os especialistas, têm de estar claro no contrato.

No caso da Eurocopa, o treinador e o melhor jogador da partida são os convocados para as coletivas. O regulamento da competição, inclusive, diz que “cada federação participante deve apoiar e garantir que seus jogadores, treinadores e funcionários apoiem o programa comercial estabelecido pela Uefa para explorar os direitos de marketing no torneio”.

Especialistas da área jurídica e de marketing apontam que, ao mesmo tempo em que passaram suas mensagens de posicionamento pessoal, os jogadores podem ter desrespeitado alguma questão contratual.

“Para participar desse tipo de evento, é uma obrigação das federações aceitar os compromissos com os patrocínios que a Uefa tem. As federações também têm obrigação de garantir o respeito por parte dos jogadores”, explica o advogado Stefano Malvestio, da Bichara e Motta Advogados.

“Já faz muito tempo que as coletivas se tornaram momentos propícios para a ativação das marcas. É um momento em que as lentes estão concentradas em quem está falando. Com o passar do tempo, outras formas aparecem, como exposição de marcas no microfone. E, mais recentemente a exposição do produto nas mesas”, diz Fernando Fleury, Phd em marketing esportivo.

Apesar de poder haver algum tipo de sanção prevista em contrato – as federações seriam punidas –, os especialistas não acreditam em qualquer punição aos envolvidos. Em nota, a Coca-Cola – que viu suas ações na Bolsa de Nova York sofrerem desvalorização de US$ 3,1 bilhões – afirmou que “todos têm direito a preferências em bebidas” e que as pessoas têm “gostos e necessidades” diferentes. A Heineken não se pronunciou.

Já um porta-voz da Uefa minimizou o ocorrido: “Aos jogadores é oferecido água, além de Coca-Cola e Coca-Cola Zero Açúcar, na chegada em nossas entrevistas coletivas. Todos têm direito às suas preferências de bebida”.

“Teria que ser feita uma análise bem específica de quais são exatamente os compromissos que a federação tem em relação aos patrocinadores da Uefa. No caso do Cristiano Ronaldo, ele estava disponível e com o backdrop atrás. Não houve um comentário totalmente negativo, ele disse ‘água’. No caso do Pogba, é mais complicado por ser aparentemente uma questão religiosa. Do outro lado, pode-se imaginar que a Coca-Cola exija no contrato que a garrafa fique naquela posição”, afirma o advogado.

Apesar de as marcas terem evitado pôr lenha na fogueira, é possível que haja mudanças para evitar situações parecidas.

“Com certeza após os últimos acontecidos teremos mudanças nas negociações de patrocínios e novas cláusulas serão abordadas com muita atenção e cautela”, afirma Renê Salviano, especialista em novos negócios do esporte.

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https://www.osul.com.br/atitudes-de-pogba-e-cristiano-ronaldo-acendem-debate-sobre-marketing-no-esporte/ Atitudes de Pogba e Cristiano Ronaldo acendem debate sobre marketing no esporte 2021-06-17
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