Terça-feira, 07 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de março de 2022
As instituições financeiras estão prevendo um reajuste de mais de 10% nos remédios a partir de 1º de abril. Mais de 10 mil medicamentos são regulamentados e reajustados uma vez ao ano nesse período. Quem define os valores é o Comitê Técnico-Executivo da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), que é o órgão interministerial responsável pela regulação do mercado de medicamentos, e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exerce o papel de secretária-executiva.
O cálculo para reajuste tem como base uma fórmula específica, que leva em consideração:
– a inflação medida pelo IPCA;
– a produtividade do setor (fator X);
– energia;
– câmbio;
– fator de ajuste de preços relativos entre setores (Y);
– fator de ajuste de preços relativos intrassetor (Z).
As previsões ainda podem ser ajustadas, já que o mercado financeiro espera a definição sobre os valores de preços relativos entre setores (Y). A produtividade do setor farmacêutico (X) e os preços intrassetor (Z) foram zeradas neste ano.
“Se o fator Y vier zerado, nossa projeção para um reajuste fica em 10,5% a partir de abril. Como os outros fatores vieram zerados, é a inflação que vai ter mais peso no reajuste dos medicamentos. E a inflação consolidada em fevereiro ficou em 10,54%”, explicou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.
Em janeiro, o Citi divulgou um relatório em que também previa uma alta de cerca de 10%. “Vemos as notícias de forma positiva para o setor (farmacêutico), pois devem permitir que as empresas compensem alguns dos recentes ventos contrários de custo decorrentes de oscilações cambiais e interrupções na cadeia de suprimentos”, observaram os analistas Leandro Bastos e Renan Prata na ocasião.
No ano passado, o aumento foi de até 10,08%. Em 2020, devido à pandemia, o reajuste no preço dos medicamentos foi suspenso por dois meses, passando a valer em 31 de maio. Na época, o aumento máximo foi fixado em 5,21%.
O reajuste, porém, não é igual para todos os medicamentos. Isso porque os remédios são divididos em três categorias, a depender da quantidade de genéricos no mercado e o grau de concorrência.
– No nível 1, no qual a participação de genéricos é igual ou superior a 20%, o reajuste é mais alto por entender-se que há uma maior concorrência e competitividade de preços.
– Já no nível 2, no qual a participação de genéricos é de 15% a 20%, o reajuste é parcial.
– Já no nível 3, no qual a participação de genéricos é menor que 15%, o índice de reajuste é o mais baixo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.