Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de maio de 2025
A Força Aérea Brasileira (FAB) precisou adiar a decolagem e fazer alterações na rota do avião que transportou a primeira-dama Rosângela Lula da Silva e assessores de Lula até Moscou. O motivo foi a falta de autorização para uso do espaço aéreo de três países pelos quais a aeronave deveria passar para chegar à Rússia.
Letônia e Estônia recusaram os pedidos do governo brasileiro para que o avião sobrevoasse seus territórios. A Lituânia não respondeu à solicitação.
O impasse forçou a mudança de rota da aeronave que transportava o chamado escalão avançado, equipe que costuma viajar dias antes para preparar a visita oficial de autoridades a outros países. Foi necessário alterar o plano de voo para que o avião sobrevoasse a Finlândia, com uma autorização de última hora obtida pelo governo brasileiro.
A primeira-dama viajou na aeronave que decolou às 10h da última sexta-feira (2). Ela embarcou dias antes de Lula, que tem partida para Moscou prevista para esta terça (6), às 22h.
A Presidência da República confirmou a “necessidade de remanejamento do horário de saída do voo em que estava a primeira-dama”.
O governo afirmou que o caso se deveu a uma “sensibilidade política” por parte da Letônia. A Estônia, por sua vez, atribuiu a recusa ao prazo exigido para autorização do uso do espaço aéreo. Segundo o país, a solicitação chegou poucos dias antes do voo.
Segundo o Palácio do Planalto, o episódio envolvendo o voo em que estava Janja não afeta o trajeto previsto para a viagem de Lula.
“Não houve nenhuma alteração no plano, horário e data previstos para a partida do avião da comitiva presidencial. Todas as tratativas e autorizações de sobrevoo foram realizadas, como de praxe em qualquer viagem internacional da comitiva presidencial e equipe de apoio”, declarou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
O Ministério das Relações Exteriores não comentou o episódio e sugeriu que a Força Aérea fosse procurada para se manifestar. O Ministério da Defesa e a FAB, por sua vez, afirmaram que as informações cabiam à Presidência da República.
Funcionários da diplomacia brasileira apontam, de forma reservada, que o fator político que pode pesar nesses casos é o destino do voo. Estônia, Letônia e Lituânia costumam adotar um comportamento restritivo para aeronaves com destino à Rússia, ainda que de maneira informal, como um gesto de descontentamento em relação à guerra na Ucrânia.
Os voos que transportam autoridades brasileiras para outros países exigem um planejamento que envolve o Gabinete de Segurança Institucional, a Força Aérea Brasileira e o Ministério das Relações Exteriores.
Nessas situações, a FAB compartilha com o Itamaraty os planos de voo, cabendo aos diplomatas nas embaixadas a solicitação de autorização para o voo. Esse trâmite foi seguido no caso do voo que transportava Janja, de acordo com integrantes do governo. Com informações da Folha de S. Paulo