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Música B.B. King recebe homenagem em funeral no Mississippi; veja fotos

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Músico foi sepultado em sua terra natal. (Rogelio V. Solis/AFP)

O corpo do guitarrista e cantor americano B.B. King, conhecido como “o rei do blues” e morto há duas semanas aos 89 anos, foi velado e sepultado neste sábado (30) em Indianola, no Mississippi, onde se localiza o museu dedicado a ele. Uma emissora de TV local transmitiu ao vivo a cerimônia na Igreja Batista Bell Grove . Indianola fica a cerca de 30 km do local de nascimento do músico. Ele nasceu em 16 de setembro de 1925 em Itta Bena, numa plantação de algodão.

O corpo chegou a Indianola depois de uma cerimônia aberta ao público em Las Vegas, onde ele morava. Na sexta-feira (29), o jornal “The New York Times” informou que B.B. King foi vestido com uma camisa de cetim roxo e smoking. Ao lado do caixão de bronze, havia duas guitarras pretas Gibson, modelo que ele ajudou a tornar célebre. Fãs se fizeram fila para se despedir no B.B. King Museum and Delta Interpretative Center.

O “Times” lembra que houve um período, nas décadas de 1960 e 70, que B.B. King evitava Indianola, porque ele e os integrantes de sua banda não tinham permissão de comer no restaurante local se hospedar por lá. O Conselho de Cidadãos Brancos, um grupo segregacionista que se fazia oposição ao movimento pelos Direitos Civis nos Estados Unidos, havia sido fundado em Indianola nos anos 1950.

Ao jornal, moradores dizem que a homenagem a B.B. King ajudou a cidade a deixar para trás o passado de segregação racial. Ao longo dos anos 1980, brancos e negros trabalharam juntos para organizar shows de boas-vindas dedicados ao “rei do blues”. Em 1983, foi promovida uma festa inter-racial em tributo a B.B. King que é lembrada por muitos como o evento decisivo da “cura” da ferida do racismo naquela comunidade.

Suposto envenenamento
No início desa semana, duas filhas de B.B. King acusaram duas das pessoas mais próximas ao músico de envenená-lo. Segundo um documento entregue por Karen Williams e Patty King à agência Associated Press, B. B. King teria sido envenenado por sua empresária, LaVerne Toney, e o assistente pessoal dela, Myron Johnson. O advogado de Laverne Toney declarou à AP que as acusações são “ridículas”.

Segundo um documento entregue por Karen Williams e Patty King à agência, Laverne Toney e o assistente pessoal dela, Myron Johnson, teriam “administrado substâncias para provocar sua morte prematura”, e solicitaram “uma investigação formal sobre este assunto”. Três médicos determinaram que B.B. King foi devidamente cuidado e recebeu atendimento 24 horas e monitoramento de médicos profissionais “até o momento em que morreu pacificamente em seu sono”, disse o advogado Brent Bryson.

Toney, que administra a herança de King, rejeitou a acusação: “estão fazendo denúncias o tempo todo, isto não é novo”. A polícia afirma que não há investigação sobre homicídio. De acordo com John Fudenberg, médico legista do condado de Clark, o resultado da autópsia realizada no domingo (24) no corpo embalsamado do músico deve ficar pronto em oito semanas.

Vida
B.B. King gravou mais de 50 discos em quase 60 anos de carreira e músicas que marcaram época, como “Three o’clock blues”, “The thrill is gone”, “When love comes to town”, “Payin’ the cost to be the boss”, “How blue can you get”, “Everyday I have the blues”, “Why I sing the blues”, “You don’t know me”, “Please love me” e “You upset me baby”.

Riley B. King teve infância parecida com a de milhares de meninos negros, trabalhadores agrícolas nas grandes plantações de algodão do sul segregacionista. Tocava nas esquinas e em bares. Comprou o primeiro violão quando a falta de eletricidade no interior do país fazia dos instrumentos musicais a maior atração dos anos de 1940.

O músico foi autodidata, nunca teve professor convencional. Gostava de ser seduzido pelas melodias. Mas teve teve a sorte de contar durante a adolescência com o apoio protetor de Bukka White, seu primo. Este guitarrista, muito renomado na região, deu as dicas de guitarra ao futuro gênio e o levou a descobrir a grande cidade da música, Memphis, para onde se mudou em 1947.

O futuro B.B. King passou a conviver com Sonny Boy Williamson (Rice Miller), Robert Lockwood Jr, Bobby “Blue” Bland e tocava regularmente na Beale Street, onde mais tarde abriu um clube com seu nome, a “Broadway” da música negra nos Estados Unidos.

Sua carreira ganhou novo fôlego em 1949 ao ser contratado como DJ de uma rádio, onde ganhou o apelido que o eternizou, Blues Boy, ou B.B.

Seu primeiro grande sucesso nacional foi “Three o’clock blues”, que estourou nos anos 1950. A partir daí começou a fazer turnês sem parar. Só no ano de 1956 sua banda chegou a fazer 342 apresentações.

B.B. King criou um estilo autêntico de guitarra. Em seus solos, ao contrário de outros guitarristas, o Rei do Blues preferia usar poucas notas. Ele dizia que conseguia fazer uma nota valer por mil.

Paixão era a guitarra
Ele tinha verdadeira paixão por seus instrumentos. Tanto que enfrentou um incêndio durante um show para salvar uma de suas guitarras. O fogo teria começado numa disputa entre dois rapazes por uma garota. Depois desse episódio suas guitarras passariam a ser carinhosamente chamadas de “Lucille”, o nome da jovem.

A fama de suas guitarras ganhou o mundo. Em 1997, King presenteou o papa João Paulo II com uma “Lucille”, no Vaticano.

Em 2012, fez parceria inesperada com o presidente americano Barack Obama, durante um show de blues na Casa Branca.

Em outubro de 2014, o guitarrista precisou abandonar um espetáculo em Chicago, diante de um quadro de desidratação e esgotamento, o que provocou a suspensão do restante da turnê, que ainda tinha 8 shows programados.

Aos 86 anos, ainda fazia cerca de 100 apresentações por ano. O último show no Brasil ocorreu em 2012, em São Paulo. Antes, se apresentou no Rio de Janeiro e em Curitiba.

Influente
Considerado um dos artistas mais influentes de todos os tempos, seu talento inspirou outros grandes guitarristas, como Stevie Ray Vaughan, Jeff Beck, Jimi Hendrix, George Harrison, Buddy Guy e Eric Clapton.

Na lista de 2003 dos 100 maiores guitarristas de todos os tempos, a revista “Rolling Stone” classificou King como nº 3, atrás apenas de Jimi Hendrix e Duane Allman.

B.B. King ganhou diversos Grammy: melhor desempenho vocal masculino de Rhythm & Blues, em 1970, com “The thrill is gone”; melhor gravação étnica ou tradicional, em 1981, com “There must be a better world somewhere”; melhor gravação de blues, em 1983, com “Blues’N jazz”, e, em 1985, com “My guitar sings the blues”.

Em 1970, “Indianola Mississippi Seeds” concedeu-lhe o Grammy de melhor capa de álbum. A Gibson Guitar Co. o nomeou “embaixador das guitarras Gibson no mundo”.

King se casou duas vezes. Primeiro com Martha Lee Denton, com quem viveu entre 1946 e 1952; e, depois com Sue Carol Hall, entre 1958 e 1966. O artista deixou 14 filhos e mais de 50 netos. (AG)

Confira o vídeo do funeral do artista

Confira galeria de fotos das últimas homenagens a B.B. King

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https://www.osul.com.br/b-b-king-recebe-homenagem-em-funeral-no-mississippi-veja-fotos/ B.B. King recebe homenagem em funeral no Mississippi; veja fotos 2015-05-30
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