Domingo, 28 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
21°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Polícia Federal apreende bilhete do presidente da Odebrecht aos advogados pedindo a destruição de e-mails

Compartilhe esta notícia:

O executivo foi preso na sexta-feira (19), durante nova fase da Lava Jato. (Foto: Reprodução)

Um bilhete escrito pelo presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e recolhido pela Polícia Federal, traz orientações do executivo para contestar provas usadas pela Justiça e pela força-tarefa da Operação Lava Jato para justificar a prisão dele.

O executivo foi preso na sexta-feira (19), durante nova fase da operação que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. O juiz Sergio Moro entendeu que a empreiteira praticava crimes para obter negócios.

A principal prova apontada pelas autoridades contra o executivo foi um e-mail enviado a ele em 2011 que aponta “sobrepreço” em uma negociação relativa a sondas usadas na exploração de petróleo no pré-sal. Para o juiz federal Sergio Moro, as tratativas poderiam estar relacionadas a contratos da Petrobras.

Em ofício entregue à Justiça nesta quarta-feira (24), o delegado da Polícia Federal Eduardo Mauat da Silva apresentou uma imagem com uma reprodução do manuscrito, no qual se lê “destruir e-mail sondas”.

O bilhete foi escrito por Marcelo para que fosse entregue aos advogados dele na carceragem da Polícia Federal no Paraná na segunda-feira (22). Segundo a PF, em regra as correspondências dos presos são examinadas por medidas de segurança. A frase “destruir e-mail sondas” chamou a atenção dos policiais, que então fizeram uma cópia do bilhete.

No ofício à Justiça, o delegado da PF levanta a suspeita de que o bilhete indica uma orientação para destruir provas. O delegado também interpretou que a expressão “RR”, escrita por Marcelo logo após a frase sobre o e-mail, refere-se Roberto Prisco Ramos, autor da mensagem de 2011 sobre as sondas.

Com base nesse entendimento, Mauat pediu que a defesa da construtora entregue em cinco dias todos os e-mails da caixa de mensagens de Ramos que estão no servidor de uma empresa terceirizada.

Propina.

No manuscrito, Marcelo também orienta seus advogados a contestarem a interpretação das autoridades de que um recibo demonstra que o ex-diretor da Petrobras Pedro Barusco recebeu 300 mil dólares da Odebrecht a título de propina. Segundo a companhia, o documento era relativo a uma aplicação que Barusco fez em títulos da Odebrecht no exterior, chamados de “bonds”.

“Bonds são públicos e não temos controle sobre preço e quem compra”, afirma Marcelo no bilhete.

A advogada Dora Cavalcanti, que defende a Odebrecht, diz que a interpretação do delegado é completamente equivocada.

“Como você vai destruir um e-mail que já havia sido apreendido e analisado pela PF? Não existe essa possibilidade. Destruir, no caso, era esclarecer o contexto do e-mail e aniquilar a interpretação de que sobrepreço era superfaturamento.”

Em março de 2011, o autor do e-mail, Prisco Ramos, estava criando a Odebrecht Óleo e Gás. A mensagem referia-se a um contrato privado de aluguel e operação de sondas para extração de petróleo, segundo a companhia.

Ainda de acordo com a Odebrecht, sobrepreço era uma tradução de “cost plus fee”, um termo técnico de contratos que designa um valor adicional por um serviço extraordinário prestado.

A PF, procuradores e o juiz Sergio Moro, no entanto, interpretaram o termo como sinônimo de superfaturamento. O e-mail foi citado pelo juiz no decreto de prisão de Marcelo, na última sexta-feira (19).

Um dia depois do delegado ter pedido o original do e-mail que cita o termo “sobrepreço”, os advogados da Odebrecht apresentaram ao juiz uma explicação de que o verbo “destruir” foi usado no contexto de uma estratégia de defesa, não com a intenção de sumir com provas. (Folhapress)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

A Polícia Federal vê indícios de prática de corrupção por Michel Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco
No cenário do cooperativismo de crédito, o RS fez muito bem o seu dever de casa
https://www.osul.com.br/bilhete-de-presidente-da-odebrecht-revela-estrategias-de-defesa/ Polícia Federal apreende bilhete do presidente da Odebrecht aos advogados pedindo a destruição de e-mails 2015-06-24
Deixe seu comentário
Pode te interessar