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Economia Bilionário americano quer operar cassinos no Brasil

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Estratégia de colegiado criado por Arthur Lira para discutir regulamentação de apostas no País é levar projeto de lei a plenário sem alarde. (Foto: Reprodução)

Com fortuna de quase 39 bilhões de dólares, e uma empresa avaliada em mais de 60 bilhões de dólares, o bilionário americano Sheldon Adelson chega aos 84 anos com a ambição de ampliar ainda mais seus negócios. Se nos últimos anos a atenção esteve voltada para a Ásia, agora é no Brasil que o dono da Las Vegas Sands Corp (LVS) concentra suas fichas. Mas, antes que a intenção possa se concretizar em investimentos, é preciso que a legislação mude para liberar a exploração de jogos de azar no Brasil.

O Brasil é um país gigante que recebe poucos turistas, apenas 6 milhões. Nós podemos esperar [a legislação adequada] para montar um resort integrado aqui. Não é só cassino, mas o cassino é importante porque é a parte mais rentável do negócio e subsidia as outras atividades”, explicou Adelson ao jornal O GLOBO, em recente visita ao país.

O que ele chama de resort integrado é o modelo de negócios que se tornou o carro-chefe de Adelson. Ele consiste em ter, no mesmo espaço, um número elevado de quartos de hotel, centro de convenções, casa de espetáculos, restaurantes, shoppings e, obviamente, cassinos. Foi graças a esse modelo que Las Vegas se tornou um dos principais pontos de atração de grandes convenções nos EUA – algumas com mais de 100 mil participantes.

Adelson sabe que a proximidade de uma eleição no Brasil dificulta qualquer aprovação de uma mudança na lei. Mas ele tem uma longa e controversa experiência com políticos. Nos EUA, ele é conhecido por ter sido o principal doador da campanha de Donald Trump à presidência e o teria incentivado na adoção de medidas polêmicas, como a recente transferência da embaixada americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

O fundador da LVS tem interesse em investir em um resort integrado no Brasil em locais que tenham uma boa infraestrutura de turismo, o que inclui rede hoteleira, aeroportos, bons restaurantes e clubes noturnos e transporte local para se chegar aos centros de convenção. Rio e São Paulo concentram as atenções, mas ele acredita que Recife e Salvador também podem atender a essas exigências.

Na semana passada, Adelson se reuniu com o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e contou que o político quer encontrar meios de atrair mais turistas para a cidade, que anualmente recebe cerca de 1,5 milhão de visitantes estrangeiros.

Ele está preocupado em atrair mais turistas. Já vi o Rio como a capital do entretenimento. Mas não é mais. O Rio precisa de algo que o revitalize”, opinou.

No entanto, qualquer investimentos da LVS no Brasil depende de um marco regulatório que permita a exploração de jogos de azar e em um modelo que não seja disseminado, ou seja, que possa ficar restrito a determinados locais, como os resorts integrados.

Um dos projetos para a legalização dos jogos de azar no Brasil tramita no Senado desde 2014, mas teve o texto rejeitado na Comissão de Constituição e Justiça. A outra iniciativa é ainda mais antiga, dos anos 1990, mas já recebeu uma série de emendas que a desconfigurou. No entanto, em momento de aperto fiscal, a ideia ganha fôlego.

Há três anos o empresário estuda o potencial do mercado brasileiro. Nem mesmo o fato de o Brasil ser um país de renda média é capaz de afastar o empresário. Na visão dele, o consumo do público de maior poder aquisitivo acaba gerando oportunidades para as camadas de menor renda. Além disso, o resort integrado também atrairia visitantes de outros países, diz ele.

Cingapura

Como exemplo de viabilidade, ele cita o forte crescimento no número de turistas em Cingapura, onde em 2010 inaugurou o complexo Marina Bay Sands – cuja piscina suspensa com borda infinita virou ícone turístico.

Em 2009, Cingapura recebia ao ano 9,7 milhões de visitantes estrangeiros. A maior parte estava ali de passagem, para fechar negócios. O número de visitantes pulou para 11,1 milhões no ano da inauguração do Marina Bay Sands, que exigiu um investimento de 5,6 bilhões de dólares. Em 2017, o total chegou a 17,5 milhões de dólares – e os empregos, diretos e indiretos do complexo, chegam a 50 mil.

O gasto dos turistas também mais que dobrou no período. Em 2009, foram 12,8 bilhões de dólares. No ano passado, os estrangeiros deixaram por lá mais de 27 bilhões de dólares. Por ter a exploração de convenções como um dos pilares desse tipo de projeto, o resort integrado acaba atraindo o turista de negócios, que gasta mais do que quem viaja a lazer.

Em Macau, uma região administrativa da China, Adelson investiu ainda mais: 12,2 bilhões de dólares, gerando 75 mil empregos diretos e indiretos, segundo a LVS. São seis cassinos e hotéis de nove bandeiras diferentes. Ainda assim, Adelson afirma que a área de jogos ocupa, em média, apenas 4% de seus empreendimentos.

Os planos de Adelson são para investir sozinho. Segundo ele, nunca trabalhou e não pretende trabalhar com parceiros locais. “Eu não preciso de parceiros locais”, disse. “Nós temos dinheiro suficiente.”

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