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Por Redação O Sul | 31 de outubro de 2019
A família Agnelli está sendo considerada como a grande vencedora da fusão entre a Fiat Chrysler e a PSA, controladora da Peugeot, a mais recente investida de John Elkann, descendente de 43 anos do fundador da Fiat, que comandou o renascimento da dinastia italiana nos últimos 15 anos. As informações são da agência Bloomberg.
A participação do clã italiano na Exor NA, acionista da Fiat, aumentou em cerca de € 800 milhões (US$ 900 milhões) desde que as negociações com o grupo francês foram reveladas na terça-feira (29), segundo cálculos da Bloomberg. Os Agnellis possuem uma posição de controle na holding Exor, o maior acionista da Fiat.
A fortuna dos Agnellis está avaliada em mais de US$ 10 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index, tornando-os uma das dinastias mais ricas da Europa.
Ferrari, Juventus e muito mais
Através da Exor, o clã tem investimentos que incluem a Ferrari NV, a revista The Economist, o clube de futebol italiano Juventus e a Fiat, que ancora a riqueza da família desde que foi fundada em 1899.
A fortuna está dividida entre dezenas de familiares que são donos de suas participações através da holding Giovanni Agnelli BV, que controla 53% da Exor. O atual presidente da Fiat Chrysler, John Elkann, é neto de Gianni Agnelli, um jet-setter conhecido pelos italianos como “L´Avvocato” (advogado, na tradução em português).
Gianni, que morreu em 2003, assumiu a Fiat de seu avô após a Segunda Guerra Mundial, ajudando a reconstruir a montadora italiana e a moldar os anos do pós-guerra da Itália.
Elkann reformulou o portfólio da Exor desde que se tornou ”chefe” da família, em 2004, comprando, em 2015, a resseguradora PartnerRe, com sede nas Bermudas, sua maior aquisição individual em mais de um século. A própria Fiat foi transformada sob o mandato do CEO Sergio Marchionne, que morreu em 2018.
Elkann será o presidente da nova empresa – que virá a ser a quarta maior montadora do mundo, com um valor de mercado combinado de cerca de US$ 50 bilhões –, e a Exor será seu maior acionista, com cerca de 14% de participação. Com o anúncio das negociações e confirmação da parceria com a PSA, as ações da Fiat subiram cerca de 18% nos últimos dois dias.
Os acionistas da Peugeot também não se saíram tão bem. O governo francês, a família Peugeot e a chinesa Dongfeng Motor Corp. possuem cerca de 12% da montadora francesa e suas participações caíram cerca de 250 milhões de euros desde terça-feira.