Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2018
Após declarar que não pediu desculpas a Monica Lewinsky – e ser duramente criticado por isso –, Bill Clinton teve a chance de repensar as declarações e a postura diante da ex-amante. “Eu não estava em meu melhor momento”, justificou-se o ex-presidente norte-americano sobre o caso que quase lhe custou o cargo, há mais de 20 anos.
Na última segunda-feira (4), Clinton sofreu uma enxurrada de críticas nas redes sociais ao dizer em uma entrevista à NBC que nunca havia pedido desculpas a Monica, ainda que sua ex-estagiária tenha declarado que sofreu estresse pós-traumático por todo esse tempo, graças ao julgamento público por ter sido amante do político.
Nesta terça-feira (6), porém, no programa “The Late Show”, Clinton voltou atrás a pedido do apresentador, Stephen Colbert, e cedeu. “Foi uma coisa muito dolorosa que aconteceu há 20 anos e eu peço desculpas à minha família, a Monica Lewinsky e a sua família, e a todo o povo americano. Tive que conviver com as consequências daquilo todos os dias”, declarou.
Em 1995, a jovem Monica Lewinsky foi aceita como estagiária na Casa Branca e nos anos seguintes teve um caso com Clinton. Ele inicialmente negou o affair, mas acabou admitindo “relação física imprópria” diante de evidências, como seu sêmen em um célebre vestido azul de Monica. Acusado de falso testemunho, quase foi alvo de um impeachment no Senado.
Livro
O ex-presidente Bill Clinton e o autor de thrillers James Patterson juntaram forças para escrever um thriller a quatro mãos, algo que, em termos de pura genialidade de marketing, seria como se a juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg e a cantora Katy Perry se unissem para lançar um dueto.
Os termos do negócio fechado entre os dois não foram revelados, mas não é por acaso que a primeira pessoa que os autores mencionam nos agradecimentos é o superagente de Washington Robert Barnett. Yes!
A coitadinha da Hillary está em terceiro lugar: ela ganha um agradecimento por “seu incentivo constante e por nos lembrar de não fugirmos da realidade” (exatamente o que escreveu no meu anuário do colegial uma garota que queria apenas amizade, nada mais).
“O Dia em que o Presidente Desapareceu” não é a primeira obra de ficção de um presidente americano. Em 2003, Jimmy Carter publicou um romance bem-intencionado sobre a Guerra Revolucionária intitulado “The Hornet’s Nest”, e Donald Trump é mestre da fantasia autoerótica.
Mas nem por isso “O Dia em que o Presidente Desapareceu” deixa de ser um evento extraordinário. Como os editores fazem questão de nos dizer, é o primeiro romance “informado por detalhes internos que apenas um presidente dos EUA poderia conhecer”.