Quinta-feira, 21 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2025
Bill Gates vai pagar US$ 1 milhão para quem desenvolver a forma mais original de programar agentes de inteligência artificial (IA) no tratamento de Alzheimer. O prêmio será concedido à equipe vencedora do Alzheimer’s Insights AI Prize, competição que estimula o uso de tecnologia na busca de curas para as doenças mais desafiadoras da humanidade.
A ferramenta vencedora será disponibilizada de forma gratuita na plataforma em nuvem “workbench” da Alzheimer’s Disease Data Iniciative, para que cientistas de todo o mundo a utilizem.
O agente deve ser “capaz de planejar, raciocinar e agir de maneira independente para acelerar descobertas revolucionárias a partir dos dados já existentes sobre Alzheimer”, diz a organização do torneio.
Quem financia a empreitada é o Gates Ventures, escritório familiar do bilionário e cofundador da Microsoft.
Pesquisadores acreditam que a IA pode revelar novos caminhos na hora de explorar dados coletados de pacientes em décadas de pesquisas sobre o tipo mais comum de demência. Também há a expectativa de que pesquisas anteriores sejam revisitadas a fim de obter insights da IA sobre alternativas talvez ignoradas na época.
Estima-se que 55 milhões de pessoas no mundo sofram com a demência. No Brasil, essa é a quarta razão mais comum de óbitos para quem está acima de 70 anos.
Segundo o Relatório Nacional sobre Demência, divulgado em 2024 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o país deve atingir a marca de 5,05 milhões de idosos com demência em 2039, e 8,74 milhões, em 2049. No entanto, cerca de 80% dos pacientes não são diagnosticados.
A Isomorphic Labs, startup de medicamentos derivada da DeepMind, levantou US$ 600 milhões em março e espera iniciar testes clínicos com drogas projetadas por IA ainda este ano.
Mustafa Suleyman, cofundador da DeepMind, se juntou à Microsoft em 2024 e levou vários colegas para uma nova divisão de saúde em IA. Em junho, ele lançou o software movido por cinco agentes de IA “Diagnostic Orchestrator”. Segundo a gigante, a criação superou em quatro vezes os médicos humanos na identificação de doenças complexas.
Sam Altman, CEO da OpenAI, ajudou com US$ 180 milhões na fundação da Retro Biosciences, que ainda deve conseguir US$ 1 bilhão para financiar novos tratamentos de Alzheimer e longevidade baseados em IA. Em suma, são terapias celulares que podem “resetar” a idade biológica por meio do sangue.
O Alzheimer’s Insights AI Prize foi aberto em 19 de agosto para engenheiros de IA, especialistas em biomedicina computacional, clínicos, startups de IA e grandes empresas de tecnologia. Novas rodadas acontecerão em dezembro, em San Diego. E a final está marcada para março de 2026, em Copenhague, Dinamarca, segundo a organização.
“A quantidade massiva de dados que está sendo gerada é impossível para um ser humano compreender e analisar em busca de padrões”, diz Moore. “Esperamos criar ferramentas de harmonização para formar um conjunto de dados unificado e em grande escala”. As informações são da Agência Estado