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Política “Bolsonarismo sem Bolsonaro”? Veja o que está por trás da troca de farpas entre Pablo Marçal e o ex-presidente

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Pablo Marçal é dono de um patrimônio milionário e de um império digital que conquistou antes de se lançar na política.

Foto: Reprodução
Marçal negou a acusação de que tenha usado o ato como palanque. (Foto: Reprodução)

Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou formalmente apoio ao atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), um nome tem dominado os comentários de seus seguidores nas redes sociais: Pablo Marçal, o candidato do PRTB.

“Sou Bolsonaro e estou com Marçal”, escreveram dezenas de eleitores do ex-presidente.

Os comentários de certa forma ilustram o que as últimas pesquisas de intenção de voto na capital paulista têm mostrado, a contragosto da família Bolsonaro. A mais recente pesquisa do Datafolha mostra que o empresário e influenciador Pablo Marçal cresceu em intenção de votos entre os bolsonaristas, o que o ajudou a já superar Nunes nos números.

No resultado geral, o deputado federal Guilheme Boulos (PSOL) lidera numericamente com 23%, seguido por Marçal, com 21%, e o atual prefeito com 19%. Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, os três estão tecnicamente empatados.

A divulgação da pesquisa aconteceu em meio a trocas de farpas públicas entre Marçal e os Bolsonaro. Após dar alguns sinais de que a candidatura de Marçal tinha sua simpatia, o ex-presidente e seus filhos têm mostrado cada vez mais distanciamento do candidato do PRTB e reforçado o apoio a Nunes.

O auge do movimento aconteceu nesta semana, quando o empresário, Jair Bolsonaro e seus filhos exibiram os desencontros em diálogos nas redes sociais.

“Marçal pode ser uma espécie de pós-Bolsonaro. Os Bolsonaro estão muito assustados e com razão”, diz a cientista política Camila Rocha, pesquisadora no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que tem se dedicado a estudar a direita no Brasil.

Empresário de 37 anos nascido em Goiânia, Pablo Marçal é dono de um patrimônio milionário e de um império digital que conquistou antes de se lançar na política. Influenciador e vendedor de cursos de treinamento motivacional e estratégias de marketing digital e de geração de renda (“como gerar riqueza do zero” é um dos motes), ele tem no Instagram quase 13 milhões de seguidores, enquanto no TikTok tem 2,6 milhões e no YouTube, 3,5 milhões.

Foi com esse cabedal que Marçal se candidatou pelo PRTB para governar a maior cidade do Brasil com uma plataforma que usa as mesmas bases de discurso de sua carreira como palestrante:

“Deus vai mudar nossa sorte. A gente está sozinho. Nós, o povo, e Deus. [… ] Eu construí riqueza e você também vai construir. Chegou a hora do povo de São Paulo prosperar”, disse em um programa de TV.

Até o começo do mês, a convivência entre Bolsonaro e o candidato, com quem compartilha o discurso religioso e a retórica anti-esquerda e contrária aos políticos tradicionais, era cordial. Havia até demonstração pública de afinidade.

No entanto, o ex-presidente deixou claro o compromisso com o atual prefeito Ricardo Nunes, mas deixou portas abertas em uma eventual presença de Marçal no segundo turno. Também neste mês, em uma entrevista à rádio 96 FM de Natal (RN), Bolsonaro elogiou o influenciador: “pessoa inteligente”.

Antes, em junho, o ex-mandatário entregou a Marçal uma medalha de “imbrochável”, termo que usou na campanha de 2022. Até esta semana, parecia que esse cenário de certa forma continuaria: com Bolsonaro apoiando Nunes, mas sem romper com Marçal.

No entanto, a situação deu um giro, com o influenciador, o ex-presidente e seus filhos trocando acusações. Já em ascensão nas pesquisas, Marçal usou o Instagram para exibir uma aproximação com Bolsonaro. Em uma postagem do ex-presidente escreveu: “Pra cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós.”

Bolsonaro respondeu com uma pergunta irônica: “Nós? Abraços”.

Marçal rebateu dizendo: “Isso mesmo presidente. Coloquei 100 mil na sua campanha, te ajudei com os influenciadores, te ajudei no digital, fiz você gravar mais de 800 vídeos. Por te ajudar, entrei para a lista de investigados da PF. Se não existe o nós, seja mais claro.”

O ex-presidente diria ainda ao portal Metrópoles que Marçal “não tinha caráter”. o influenciador, por sua vez, atacou o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) chamando-o de “retardado”.

Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) gravou um vídeo em que relembrou críticas de Marçal a seu pai no passado. Em 2022, o influenciador tentou ser candidato a presidente, sem sucesso, e disse que havia pouca diferença entre Bolsonaro e o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

No vídeo publicado nas redes, Eduardo alertou a seus seguidores que “no momento mais crucial [nas eleições de 2022]”, Marçal não “tomou partido” e declarou: “Não existe direita no Brasil, existe Bolsonaro”.

“A direita não tem dono. A liberdade não tem dono”, respondeu Pablo Marçal, dizendo respeitar o ex-presidente.

 

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https://www.osul.com.br/bolsonarismo-sem-bolsonaro-o-que-esta-por-tras-da-troca-de-farpas-entre-pablo-marcal-e-o-ex-presidente/ “Bolsonarismo sem Bolsonaro”? Veja o que está por trás da troca de farpas entre Pablo Marçal e o ex-presidente 2024-08-24
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