Sexta-feira, 06 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2025
Em encontro com integrantes do mercado financeiro recentemente, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, fez uma previsão: o próximo presidente da República sairá de uma lista de três nomes. Ou será Lula novamente, ou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou o governador do Paraná, Ratinho Júnior.
Nas análises de Kassab estão embutidas duas premissas: se o ex-presidente Jair Bolsonaro escolher Tarcísio como candidato ao Planalto, a direita se unirá e haverá uma polarização com Lula. Um dos dois ganhará em uma disputa acirrada.
Se Bolsonaro, contudo, escolher um familiar para ser candidato, a rejeição do escolhido fará a direita ter vários candidatos e Ratinho Júnior vai se cacifar com a saída do governador de São Paulo do jogo. Nessa quinta-feira (5), os números da Quaest deram razão para a projeção. Com exceção de Tarcísio, o paranaense tem o melhor desempenho contra Lula (38% das intenções de votos) entre os chefes de Executivo estaduais — Ronaldo Caiado (União Brasil), Eduardo Leite (PSD) e Romeu Zema (Novo).
Passados cinco meses de 2025, Bolsonaro vem consolidando um raciocínio com aliados. Quanto mais Lula despenca na avaliação popular, mais o ex-presidente tem convicção que será possível vencer o petista com um familiar, mantendo o sobrenome no comando da direita brasileira. A questão é que os dados da Quaest de ontem mostram níveis de competitividade distintos de Eduardo e Michelle, os dois mais cotados para concorrer. Enquanto o filho alcança 34% das intenções de votos, a ex-primeira-dama chega a 39%. Além disso, o Centrão não tem qualquer desejo de caminhar com um dos dois — por isso, o movimento detectado pela colunista Bela Megale de um possível apoio ao voo presidencial de Flávio Bolsonaro. Se for para ir com a família nas urnas, que seja com o herdeiro de mais trânsito na classe política.
Embora empatado nas sondagens de votos, Tarcísio de Freitas aparece numericamente na frente de todos os candidatos da direita no confronto com Lula (cresceu três pontos percentuais da última pesquisa para cá, de 37% para 40% dos votos). O problema do governador passou a ser outro: aliados do ex-presidente questionam a sua lealdade por não atacar o ministro Alexandre de Moraes em atos de rua da direita.
Na semana passada, o governador tentou limpar a sua barra com a ala mais radical do bolsonarismo. Negou que soubesse de qualquer tentativa de golpe e aproveitou para defender o governo que integrou: “Foi um período de, 2019 a 2022, de muitas reformas, de enfrentamento de situações difíceis.
O governo enfrentou pelo menos cinco graves crises, começando com a tragédia de Brumadinho, passando pela crise da covid, uma grave crise hídrica, guerra da Ucrânia e todas elas procurando se sair da melhor maneira possível. Um país que terminou com superávit, um país que terminou gerando emprego, crescendo”. (Com informações do jornal O Globo)